CARDEAL MARADIAGA FAZ APELO PELA LIBERTAÇÃO DE DEFENSORA DOS DIREITOS HUMANOS

Harare, 13 dez (RV) - “A notícia do seqüestro de Justine Mukoko é inquietante. É uma pessoa respeitada pelo seu trabalho em defesa dos direitos humanos e uma preciosa colaboradora da Cáritas. A senhora Mukoko e outros defensores dos direitos humanos que foram seqüestrados devem ser imediatamente liberados. Deve-se restabelecer em Zimbábue o respeito da lei e dos direitos humanos”. Com essas palavras o arcebispo de Tegucigalpa, Honduras, cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga e Presidente da Cáritas Internacional, pediu a imediata libertação de Jestina Mukoko e de outros defensores dos direitos humanos seqüestrados recentemente em Zimbábue.

Justine Mukoko, diretora do Projeto “Paz para o Zimbábue” – recorda em uma nota a Cáritas Internacional – “foi seqüestrada na sua habitação diante do seu filho na manhã do dia 3 de dezembro. Quinze homens entraram na sua casa às 5 da manhã e a levaram. Na segunda-feira, dia 8 de dezembro, outros dois seus colaboradores foram pegos à força no trabalho. Ninguém teve mais notícias sobre eles e ninguém assumiu a responsabilidade pelos seqüestros.”

O Projeto Paz para o Zimbábue, explica a nota, “teve um papel crucial ao documentar a violência política em Zimbábue durante o período precedente às eleições presidenciais de junho, violências que foram duramente criticadas dentro e fora do país”. “O respeito pelos direitos humanos no país – conclui a nota do cardeal Maradiaga – deteriorou-se notavelmente neste ano. Junto com a negação indireta dos direitos humanos basilares como a alimentação e a água potável, a saúde e a educação, os últimos meses foram marcados pelo assassinato de garimpeiros ilegais de diamante por parte da polícia e do exército, pela prisão de mais de 70 pessoas durante protestos sindicais, pela detenção de ativistas da sociedade civil que protestavam pacificamente, e pela sistemática agressão contra os defensores dos direitos humanos”.

Entretanto, lrocaire, a Caritas irlandesa, organizou para hoje, em Dublim, uma manifestação de solidariedade para com a população de Zimbábue. (SP)