PUBLICADA MENSAGEM DO PAPA PARA O 42º DIA MUNDIAL DA PAZ
Cidade do Vaticano, 11 dez (RV) - Foi apresentada, nesta manhã, na Sala de
Imprensa da Santa Sé, a Mensagem do Papa para o 42º Dia Mundial da Paz, que será celebrado
no dia 1º de janeiro próximo, sobre o tema: "Combater a pobreza, construir a paz".
A
coletiva de imprensa foi presidida pelo presidente do Pontifício Conselho da Justiça
e da Paz, cardeal Renato Raffaele Martino, e pelo secretário do mesmo organismo, Dom
Giampaolo Crepaldi.
Em sua mensagem o papa convida a combater a pobreza no
mundo a fim de construir a paz. "Para que isso se realize, é necessário mudar os estilos
de vida, os modelos de produção e de consumo, as estruturas de poder estáveis que
hoje sustentam as sociedades", ressalta o pontífice.
O Santo Padre disse ainda
que é preciso "abandonar um tipo de mentalidade que considera os pobres como um peso
e inoportunos, como pessoas que pretendem consumir o que os outros produzem". O papa
sublinha que é preciso "olhar os pobres como pessoas que fazem parte do único projeto
divino, ou seja, da vocação a construir uma única família".
Bento XVI denuncia
o aumento da desigualdade entre ricos e pobres, a atual crise de alimentos, a desproporção
existente entre os problemas da pobreza e as medidas estabelecidas para combatê-la,
o aumento das despesas bélicas que causa uma corrida aos armamentos provocando subdesenvolvimento
e desespero.
Além disso, a desigualdade tecnológica, a exclusão dos mercados
mundiais e as dinâmicas de preços aumentam ainda mais a distância entre países ricos
e pobres. O Papa sublinha que os países subdesenvolvidos, sobretudo, os países africanos,
sofrem uma dupla marginalização, pois possuem baixas rendas e os preços de seus produtos
agrícolas e de suas matérias primas aumentam lentamente em relação aos produtos industrializados
dos países ricos.
Em sua mensagem, o Santo Padre manifesta preocupação em
relação a certas doenças como a malária, a tuberculose e a AIDS que afetam, sobretudo,
os países mais pobres. "A comunidade internacional faz ainda muito pouco para combater
tais doenças e os países atingidos são obrigados, por causa das ajudas econômicas,
a recorrer a formas de políticas contrárias à vida", disse o papa. Em relação à AIDS
o papa convida a promover campanhas que eduquem, sobretudo, os jovens a uma sexualidade
que respeite a dignidade da pessoa humana.
A mensagem do Santo Padre critica
as campanhas de redução de nascimentos, realizadas em nível internacional, através
de métodos que não respeitam a vida humana, a dignidade da mulher e o direito dos
pais de escolherem responsavelmente o número de filhos. "O extermínio de milhões de
nascituros, em nome da luta contra a pobreza, é na realidade a eliminação de mais
pobres", ressalta o pontífice.
O Santo Padre sublinha também o fato de que
nos últimos anos saíram da pobreza os países caracterizados por um notável crescimento
demográfico entrando no cenário internacional como novas potências econômicas por
causa de seu elevado número de habitantes.
O papa ressalta ainda que quase
a metade dos pobres no mundo são crianças e convida a defender a família, pois quando
a família se enfraquece as conseqüências caem sobre as crianças.
O Santo
Padre finaliza sua mensagem afirmando que a globalização deve ser guiada pelo princípio
da solidariedade porque sozinha é incapaz de construir a paz e em muitos casos cria
somente divisões e conflitos. "A luta contra a pobreza necessita de homens e mulheres
que vivam profundamente a fraternidade, vendo nos pobres o rosto de Cristo", concluiu
o pontífice.
Além disso, o presidente do Pontifício Conselho da Justiça e
da Paz, cardeal Renato Raffaele Martino, durante a coletiva de imprensa, disse que
a esperada encíclica social de Bento XVI trata temas relativos à mensagem do papa
por ocasião do 42º 'Dia Mundial da Paz'. Na encíclica os temas tratados na mensagem
são abordados de maneira mais ampla.
O purpurado espera que a tão esperada
encíclica possa ser publicada no início de 2009. (MJ)