Papa convida os universitários de Roma a alimentarem-se do "alimento substancioso"
da Carta aos Romanos
(11/12/2008) Nesta quinta-feira á tarde na Basílica de São Pedro, o Papa encontrou
uma ampla representação dos estudantes universitários de Roma. Com inicio ás 17h00
o vigário para a diocese de Roma, cardeal Agostinho Vallini presidiu uma celebração
eucarística. Após a Santa Missa, Bento XVI deixou os seus aposentos no Palácio Apostólico
descendo á Basílica onde pronunciou um discurso e em seguida entregou a 12 universitários,
representantes dos 12 ateneus da capital italiana, a Carta de São Paulo aos Romanos,
para celebrar com eles o Ano Paulino. Para esta ocasião, foi trazido da Roménia
o Ícone Maria Sedes Sapientiae, que foi entregue por uma delegação universitária,
acompanhada pelo bispo de Bucareste, D. Ioan Robu, à delegação da Austrália, acompanhada
pelo cardeal George Pell. O ícone peregrinará pela Austrália até Dezembro de 2009. Nas
palavras que dirigiu aos jovens universitários presentes, Bento XVI, evocando o Ano
Paulino em curso, convidou-os a “redescobrirem a sua vocação missionária”, tirando
amplamente partido do “inexaurível tesouro teológico e espiritual” das Cartas do Apóstolo. Referindo
de modo particular a Epístola aos Romanos, que estava para entregar simbolicamente
a doze estudantes, em representação dos doze ateneus da Urbe, o Papa observou que
ali se encontra “a expressão máxima do pensamento paulino”, assim como o “sinal da
sua especial consideração pela Igreja de Roma” e – como ele próprio escreve na saudação
inicial – por “todos os que se encontram em Roma, amados por Deus e santos por chamada”.
Trata-se, sem dúvida, assegurou Bento XVI, de “um dos textos mais importantes da cultura
de todos os tempos”, que permanece, sobretudo, como “uma mensagem viva para a Igreja
viva”.
“Possa este escrito, que brotou do coração do Apóstolo, tornar-se
alimento substancioso para a vossa fé, levando-vos a crer mais e melhor, para viver
esta fé, pondo-a em prática segundo a verdade do mandamento de Cristo”.
“Só
assim a fé que se professa se torna credível também para os outros, que ficam
conquistados pelo testemunho eloquente dos factos” – observou o Papa, que chamou a
atenção para o facto de o anúncio cristão, (que foi “revolucionário no contexto histórico
e cultural de Paulo”, capaz de abater “o muro de separação” existente entre judeus
e pagãos), conservar ainda hoje “uma força de novidade sempre actual, capaz de abater
outros muros que se voltam a erguer em cada contexto e época.
Qual era o
núcleo do anúncio cristão? – interrogou-se Bento XVI, que logo respondeu:
“Era
a novidade da salvação trazida a Cristo pela humanidade: na sua morte e ressurreição,
a salvação é oferecida a todos os homens sem distinção. Oferecida, não imposta.
A salvação é um dom que precisa sempre de ser acolhido pessoalmente. É este, caros
jovens, o conteúdo essencial do Baptismo, que este ano vos é proposto como Sacramento
a redescobrir”.
“Ser baptizados em Cristo – observou ainda o Papa,
a concluir – significa sermos espiritualmente imersos naquela morte que é o acto de
amor infinito e universal de Deus, capaz de resgatar da escravidão do pecado e da
morte, cada pessoa, cada criatura”. Uma vida nova no amor de Deus que há em Cristo
Jesus e nos une a Deus e uns aos outros. É esta a mensagem que hoje aqui vos confiou
– concluiu Bento XVI: “é uma mensagem de fé, mas é ao mesmo tempo uma verdade que
ilumina a mente, dilatando-a segundo os horizontes de Deus”.