(11/12/2008) Os 27 paises da EU reúnem-se hoje e amanhã em Bruxelasm numa cimeira
que tem como prato forte a negociação sobre as metas ambientais do bloco. Está tudo
em aberto. De um lado, os novos do Leste exigem mais solidariedade. Do outro, alguns
dos mais antigos da UE receiam que o emprego e a indústria fujam dos seus países com
a redução obrigatória das emissões de carbono. Donald Tusk, primeiro-ministro
polaco, que lidera o grupo dos nove de Leste que pretende mais concessões para fazer
face às exigências de economias ainda muito dependentes dos combustíveis fósseis,
disse, à saída de um encontro esta semana com a chanceler alemã, que o esforço ambiental
vai provocar uma subida drástica nos preços da electricidade e vai abrandar o passo
dos novos países que tentam apanhar o ritmo dos mais antigos da UE. De Berlim, Angela
Merkel disse que, apesar de ainda existirem divergências, "a UE está mais próxima
de um acordo". A partilha de emissões é o dossier mais problemático Os
27 acordaram sobre as metas que indicam que, até 2020, a UE tem de reduzir em 20%
a emissão de gases de efeito de estufa, relativamente aos valores de 1990, aumentar
em 20% a utilização de energias renováveis e apostar em 10% de biocombustíveis. Do
pacote faz parte um novo plano para o Comércio Europeu das Licenças de Emissão que
abrange todo o sector da energia, dos químicos, cimento, aço e papel (de fora estão
os transportes, o consumo de energia doméstica e a agricultura). A presidência
francesa quer fechar o pacote do ambiente até ao final do ano e, nos últimos dias,
tomou forma o rumor que indica que Sarkozy poderá vir a convocar uma cimeira extraordinária
para dia 30, caso não haja acordo entre hoje e amanhã. Todo o pacote é submetido ao
processo de co-decisão, o que significa que tem de obter a luz verde tanto dos Estados
membros como dos eurodeputados.