CARDEAL SEPE: "A MORTE DE UM POBRE É UMA DERROTA DE TODOS"
Nápoles, 11 dez (RV) - O clima que se tem vivido na Europa, estes dias, já
é de pleno inverno, e todos os anos, neste período, se verifica um aumento do número
de pessoas que são encontradas mortas pelas ruas e lugares públicos. Trata-se, geralmente,
de mendigos, sem-teto _ muitos deles com idade já avançada _, pessoas que moram nas
ruas e que nesse período se vêem obrigadas a enfrentar, sem proteção e ao relento,
as intempéries.
Dois dias atrás, um mendigo foi encontrado morto na estação
ferroviária de Nápoles, sul da Itália. Comentando o fato, o arcebispo da cidade, Cardeal
Crescenzio Sepe, disse que “a morte de um pobre é uma derrota de todos; e também a
Igreja se sente chamada em causa, não somente porque ela se torna mais pobre, mas
pelo fato que as mãos de sua solidariedade não foram tão prontas como o seu coração
_ onde os últimos e os marginalizados têm um lugar privilegiado”.
“No clima
e na espera do Natal de Nosso Senhor, a morte desse nosso irmão convida toda a Igreja
em Nápoles a uma oração mais intensa e a um compromisso ainda mais concreto em favor
de quem se encontra em condições de necessidade” _ enfatizou o purpurado.
“Ao
menos na morte _ acrescentou _, esse nosso irmão merece uma atenção particular. Hoje
é ele o protagonista e, ousaria dizer, o nosso mestre de vida. É aquele que, neste
tempo de espera do Natal, dramaticamente nos chama ao sentido concreto e autenticamente
humano e cristão do viver e do morrer.”
“O que ele coloca diante de nós _ frisou
o Cardeal Sepe _ é a nossa capacidade de estar ao lado dos nossos irmãos, de ir ao
encontro das pobrezas evidentes e recôndidas. De conseguir, em suma, construir uma
comunidade solidária, bem sabendo que nessa perspectiva tem espaço natural também
para um compromisso cívico e social de mais amplo alcance.” (RL)