(10/12/2008) Seis dezenas de países, distribuídos por todos os continentes, violam
"gravemente" a liberdade religiosa. A conclusão é do Relatório 2008 da Fundação -
Ajuda à Igreja que Sofre, que alerta para o facto de as perseguições com base no credo
terem vindo a aumentar em todo o Mundo. Entre as principais preocupações está a
Índia, cuja situação tem piorado, apesar de legalmente estar consagrada a liberdade
religiosa. Um exemplo disso foi o ataque aos cristãos no Natal do ano passado. Entre
2006 e 2007, várias instituições públicas manifestaram o seu apoio aos nacionalistas
hindus que se opõem à liberdade religiosa.Ao lado da Índia, os casos mais dramáticos
de perseguições registaram-se no Paquistão, na Arábia Saudita e na Eritreia. Em algumas
situações os crentes foram mesmo perseguidos até à morte. Refere o documento que no
Paquistão, por exemplo, nos anos de 2006 e 2007, assistiu-se a um severo aumento do
número de ataques contra minorias religiosas. A Arábia Saudita, por sua vez, é de
todos os países islâmicos o que mais rejeita a liberdade religiosa. O reino designa-se
como totalmente islâmico, considerando o Alcorão a única Constituição do país, sendo
a sharia a lei básica. Já a Eritreia tem vindo, nos últimos anos, a perseguir de forma
sistemática qulquer expressão de fé.O relatório refere ainda os países onde se registam
graves limitações a esta liberdade. Entre eles encontram-se a China, Cuba, Coreia
do Norte, Irão, Nigéria, Myanmar (antiga Birmânia), Laos, Sudão. Só para dar um exemplo,
o documento refere que na Coreia do Norte, desde que o regime comunista foi estabelecido,
em 1953, desapareceram 300 mil cristãos, incluindo imensos padres e religiosas. O
relatório refere que a Coreia do Norte terá, neste momento, cerca de oitenta mil pessoas
em campos de trabalho "sujeitas à fome, à tortura e até mesmo à morte". No Irão, lê-se
no mesmo estudo, "do ponto de vista político e religioso, o islão xiita e o estado
iraniano são uma e a mesma coisa. Até mesmo xiitas são perseguidos caso não sigam
à risca as normas sociais. Este trabalho da Fundação -Ajuda à Igreja que Sofre
- analisa a situação religiosa de cada país com base nos testemunhos da igreja local,
de documentos oficiais, artigos de agências noticiosas e nos relatórios das organizações
de direitos humanos.