BENTO XVI: 60 ANOS DA DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS SÃO OCASIÃO PARA EXAME DE CONSCIÊNCIA
Cidade do Vaticano, 10 dez (RV) - Para comemorar os 60 anos da Declaração Universal
dos Direitos Humanos (DUDH), Bento XVI assistiu, esta tarde, na Sala Paulo VI, ao
concerto promovido pelo Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz".
O concerto
foi executado pela "Brandenburgisches Staatsorchester" de Frankfurt, dirigida pela
maestrina Inma Shara.
Após a apresentação, Bento XVI tomou a palavra para saudar
as autoridades presentes, entre elas o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, e
o sacerdote brasileiro José Raul Matte, que momentos antes recebera o prêmio "Cardeal
Van Thuân 2008". O papa afirmou que a DUDH constitui, ainda hoje, um importante
ponto de referência do diálogo intercultural sobre a liberdade e sobre os direitos
do homem. "A dignidade de cada homem é garantida somente quando todos os seus direitos
fundamentais são reconhecidos, tutelados e promovidos."
Bento XVI recordou
que a Igreja sempre reiterou que os direitos fundamentais são um dado universal, porque
estão inscritos na própria natureza humana. A lei natural, inscrita por Deus na consciência
humana, é um denominador comum a todos os homens e a todos os povos; é um guia universal
que todos podem conhecer e com base no qual todos podem entender-se.
"Portanto,
os direitos humanos são fundados, em última instância, em Deus criador, que deu a
cada um a inteligência e a liberdade. Prescindindo dessa sólida base ética, os direitos
humanos permanecem frágeis, porque privados de fundamento sólido" _ explicou.
Para
o pontífice, os 60 anos da DUDH constituem uma ocasião para verificar em que medida
os ideais então promulgados, são respeitados pelas legislações nacionais e, mais ainda,
pela consciência dos indivíduos e das coletividades.
Certamente, um longo caminho
já foi percorrido, mas ainda resta muito por fazer: "Centenas de milhões de nossos
irmãos e irmãs ainda vêem seus direitos à vida e à segurança ameaçados; nem sempre
a igualdade entre todos e a dignidade de cada um são respeitadas, enquanto novas barreiras
são levantadas por motivos relacionados à raça, à religião, às opiniões políticas
e a outras convicções."
"Que o empenho comum para promover e melhor definir
os direitos do homem não cessem. Peço a Deus que nos permita construir um mundo onde
cada ser humano se sinta acolhido com plena dignidade, e onde as relações entre os
indivíduos e entre os povos sejam reguladas pelo respeito, pelo diálogo e pela solidariedade"
_ concluiu. (BF)