(9/12/2008) A União Europeia decidiu endurecer posições face ao Zimbabwe. Mais onze
nomes na lista de sanções individuais impostas pelos 27 a pessoas "activamente envolvidas
em violência e violações dos direitos humanos", lê-se nas conclusões do Conselho ministros
dos Negócios Estrangeiros de ontem em Bruxelas. No mesmo dia em que vários líderes
internacionais pediram a saída de Mugabe, há vinte anos no poder. Desde Outubro
que a UE ameaçava o Zimbabwe de que tomaria novas medidas, caso não se efectivasse
o acordo de partilha de poder celebrado com a oposição de Morgan Tsvangirai. A lista,
agora mais longa, conta com mais de 160 pessoas que estão proibidas de entrar nas
fronteiras da União Europeia. "A mensagem que sai deste Conselho reforça essa orientação,
de pressão sobre o Zimbabwe e os seus dirigentes máximos, no sentido de garantir que
os acordos que foram firmados, de abertura do governo à oposição se venham a efectivar",
sintetizou Luís Amado, o chefe da diplomacia portuguesa. A nova onda de pressão
sobre o regime de Mugabe surge numa altura em que um surto de cólera no país já vitimou
mais de 600 pessoas. Os números apontam para quase 13 mil pessoas infectadas com cólera
no Zimbabwe, mas a UNICEF suspeita que a realidade seja muito mais pesada. Bernard
Kouchner, ministro dos Negócios Estrangeiros francês que presidiu ontem ao Conselho
de Ministros, pediu a intervenção da Organização Mundial de Saúde: "A cólera é uma
doença contagiosa que pode justificar uma intervenção sanitária internacional."