2008-12-08 15:32:47

ARCEBISPO DE YANGUN FAZ APELO EM PROL DA POPULAÇÃO DE MIANMAR


Roma, 08 dez (RV) - “Não se esqueçam da população de Myanmar”: é o apelo lançado pelo arcebispo de Yangun, D. Charles Maung Bo, presente nestes dias em Roma na sede da Caritas Internationalis para analisar a situação da reconstrução do país após a passagem do ciclone Nargis, em maio passado, que provocou a morte de cerca de 200 mil pessoas e deixou mais de 2 milhões de desabrigados.

A situação agravou-se pelo isolamento do país confirmado também pelo Secretário-geral da ONU Ban Ki-moon que se disse desiludido diante da falência dos esforços que visavam promover a democracia na ex-Birmânia, excluindo uma sua visita àquele país asiático.

Eis o que disse o arcebispo de Yangun, Dom Charles Maung Bo à Rádio Vaticano:
 
R. “A Caritas Internacional está nos ajudando através da Caritas australiana, a Igreja nos ajuda nas áreas atingidas. Em prática, todos os trabalhos são feitos através de organizações paroquiais. Portanto, essa ajuda passa através do sistema da Igreja Católica, através dos sacerdotes das paróquias e dos religiosos, na maior parte do tempo ocupados em levar ajudas. Há muito ainda a ser feito para ajudar a população. Com base nos nossos projetos, serão ainda necessários dois ou três anos para reconstruir a sociedade: nós não trabalhamos somente para os católicos, mas ajudamos também os demais. Ajudamos muito os budistas....”

P. Sobre as relações entre os monges budistas e a Igreja católica: existe o diálogo inter-religioso, existe colaboração entre vocês?

R. “De fato, após o ciclone Nargis, muitos de nossos programas foram colocados em prática pelos monges. No que se refere às nossas relações, essas são pacíficas, amigáveis e pessoais. Oficialmente, porém, não existe um diálogo inter-religioso, não há uma grande atividade. Mantemos um baixo perfil, porque o governo do nosso país não é muito favorável ao fato que pessoas de credos diferentes se encontrem. Todavia, entre os padres católicos e os monges budistas há uma verdadeira atmosfera sadia e amigável.”
 
P. Quais são, no seu parecer, os desafios que a Igreja Católica e os católicos têm que enfrentar em Mianmar?

R. “Eles nos consideram sequazes de uma religião estrangeira: este é um dos desafios que devemos enfrentar. Ao mesmo tempo, estamos conscientes de que devemos procurar inserir a nossa fé na cultura do país: também esse é um dos desafios. Outra coisa a dizer é que, apesar de desejarmos fazer mais, no campo da educação ou da saúde, os recursos são muito limitados e há muito controle por parte do governo. Por isso, é muito duro e difícil para nós, atuarmos programas consistentes e livres, como gostaríamos de fazer. Somos muito limitados. Mas mesmo assim procuramos fazer o melhor possível." (SP)







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