Jornada de estudo sobre religiões e culturas em diálogo
(5/12/2008) "Culturas e religiões" é o título da Jornada de estudo promovida esta
quinta feira no Vaticano pelos Conselhos Pontifícios para a Cultura e para o Diálogo
Inter-religioso.
O encontro foi realizado na presença dos dois presidentes
destes dicasterios da Cúria Romana – o arcebispo Gianfranco Ravasi e o Cardeal Jean-Louis
Tauran – e de importantes personalidades internacionais do mundo cultural e religioso.
O tema em debate foi o diálogo, seja do ponto de vista cristão, seja do ponto de vista
estranho à fé católica.
Para o Card. Tauran, no decurso da historia o cristianismo
permaneceu uma iniciativa e uma fonte. "O cristianismo não é uma moral, não é um
conjunto de dogmas, mas é esta mensagem viva de um Deus que fala e do homem que responde,
e que encontra neste diálogo a inspiração para os seus compromissos quotidianos",
afirmou o purpurado.
Por sua vez, D. Gianfranco Ravasi falou de culturas e
de religiões. Segundo o prelado, para as colocar em diálogo, podem-se seguir três
caminhos. O primeiro é a luta contra os extremismos: de um lado, o fundamentalismo
que sufoca e, do outro, o sincretismo que dissolve as especificidades.
O segundo
é a luta contra a falta de memória, sobretudo perante um Islão que tem uma identidade
muito forte, uma consciência do seu património cultural.
E finalmente - afirmou
o arcebispo Gianfranco Ravasi, deve-se reencontrar a base comum que nos une: uma
moralidade que, infelizmente, foi substituída nos nossos dias pela amoralidade, pela
indiferença. "Nós orientamo-nos numa neblina, pois já não existem as grandes luzes
do Bem e do mal, da justiça e da injustiça", explicou.
Todavia, observou D.
Ravasi, hoje, são os homens de fé que são um estímulo para as consciências, justamente
sobre as grandes questões ou os grandes valores da existência, num tempo no qual o
homem deixou de interrogar-se e, portanto, de ter uma direcção.