2008-12-05 16:13:46

Faleceu Alexis II, patriarca da Igreja Ortodoxa Russa: a homenagem de Bento XVI


(5/12/2008) Faleceu hoje aos 79 anos de idade o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Alexis II.
Alexis II era Patriarca de Moscovo desde Junho de 1990 e tinha tido durante os últimos anos graves problemas de saúde.
Bento XVI reagiu com “profunda tristeza” à notícia do falecimento do Patriarca Ortodoxo de Moscovo, Alexis II, assegurando a sua “proximidade espiritual” a todos os fiéis da Igreja Russa.
Numa mensagem enviada ao Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa da Rússia, o Papa lembra o falecido Patriarca como um combatente “corajoso” pelos valores “humanos e do Evangelho, em especial no Continente Europeu”.
A mensagem deixa votos de que este testemunho traga “frutos de paz e progresso humano, social e espiritual genuínos”.
O Papa fala de um “servidor incansável” do Senhor e sublinha o “compromisso comum no caminho da compreensão mútua e da cooperação” entre católicos e ortodoxos.
Neste contexto, Bento XVI recorda “os esforços do falecido Patriarca em favor do renascimento da Igreja, após uma tremenda opressão ideológica que levou ao martírio de tantas testemunhas da fé cristã”.
“Neste triste tempo de perda”, pode ler-se na mensagem, “possa a memória deste servo do Evangelho de Cristo ser um apoio para os que estão agora na dor e um encorajamento para os que beneficiarão da sua herança espiritual como líder da venerável Igreja Ortodoxa Russa”.
Também o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, enviou uma mensagem de condolências à Igreja Russa, na qual convida a "prosseguir o caminho de testemunho evangélico no mundo".

A Santa Sé lamentou publicamente a morte do líder da Igreja Ortodoxa Russa:em breve comunicado o presidente do Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos cristãos card. Walter Kasper manifesta a sua surpresa e dor perante a notícia.
“Recebemos com profunda tristeza a notícia da morte de Sua Santidade Alexis II, Patriarca de Moscovo e de toda a Rússia. O Patriarca Alexis foi chamado a guiar a Igreja Ortodoxa Russa num período de grandes mudanças e a sua liderança permitiu que a Igreja enfrentasse a transição da era soviética para o presente com uma renovada vitalidade interior”, afirma o Cardeal Walter Kasper.
Para o Cardeal Kasper, o falecido Patriarca foi “providencial para fomentar o enorme crescimento das dioceses, paróquias, mosteiros e instituições educativas que deram nova vida a uma Igreja duramente testada por muito tempo”.
O presidente do Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos cristãos lembra que Alexis II sempre “fez questão de manifestar a sua boa vontade em relação ao Papa e o seu desejo de fortalecer a colaboração com a Igreja Católica”.
“O seu compromisso pessoal na melhoria das relações com a Igreja Católica, apesar das dificuldades e tensões que emergiram de tempos a tempos, nunca esteve em dúvida”, pode ler-se.
A Santa Sé une-se às orações da Igreja Ortodoxa Russa, pedindo que o falecido Patriarca “possa ser recompensado pelo longo e dedicado ministério na Igreja que ele amou”.
Degelo
Em Outubro deste ano, o Vaticano admitira a possibilidade de se realizar, proximamente, um encontro entre o Papa e o Patriarca Ortodoxo de Moscovo, deixando claro que apesar das dificuldades, o clima mudou nas relações bilaterais.
Nesse mesmo mês, Alexis II escreveu a Bento XVI, manifestado “sentimentos de profundíssima estima e sincera benevolência”
A missiva foi a resposta à carta que o Papa enviou através do Cardeal Crescenzio Sepe, Arcebispo de Nápoles, durante a sua visita a Moscovo.
A carta de Alexis II foi publicada, no seu original russo, no jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano.
Paris, Cardeal André Vingt-Trois; o Arcebispo de Nápoles, Cardeal Crescenzio Sepe – acompanhado por D. Vincenzo Paglia, responsável pelo sector ecuménico da Conferência Episcopal Italiana - e, antes deles, o Arcebispo de Milão o Cardeal Dionigi Tettamanzi.
Ao contrário do que acontecia com João Paulo II, o Patriarca Ortodoxo de Moscovo não coloca completamente de parte uma possível visita de Bento XVI à Rússia, desde que os problemas existentes sejam resolvidos. Entre eles, o que tem maior destaque é o alegado proselitismo da Igreja Católica em territórios da antiga URSS, para além do uniatismo (termo com o qual os ortodoxos se referem aos cristãos de países de tradição ortodoxa em união com o Papa).
Segundo a imprensa russa, o possível sucessor de Alexis II será o metropolita Kiril, de Smolensk e Kaliningrado, presidente da secção das relações exteriores do Patriarcado Ortodoxo de Moscovo.








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