IGREJA NA AMÉRICA LATINA REITERA COMPROMISSO COM OS "ÚLTIMOS" NA PASTORAL DE RUA
Cidade do Vaticano, 02 dez (RV) - O Pontifício Conselho da Pastoral para os
Migrantes e os Itinerantes divulgou ontem o documento final do primeiro Encontro continental
latino-americano e do Caribe da Pastoral de Rua, realizado em Bogotá, na Colômbia,
em outubro passado.
No texto, afirma-se que a pastoral com os sem-teto e com
as pessoas exploradas representa um dos "sinais dos tempos atuais", aos quais a Igreja
é "chamada a responder" se quiser que a evangelização seja fecunda. Em especial, o
documento analisa a pastoral com as prostitutas e os meninos de rua e, em geral, com
as pessoas que são vítimas de exploração.
"O comércio de seres humanos, em
especial de mulheres e menores, se transformou em um potente meio de lucro, o terceiro
crime mais rentável do mundo. Todavia, não se trata de um fenômeno novo, mas hoje
se tornou um comércio complexo, que se aproveita da miséria e da vulnerabilidade de
suas vítimas", lê-se.
Para a Igreja na América Latina, "essas pessoas se transformaram
nos escravos do século XXI. Enganadas e colocadas na rua, são um exemplo vivo de uma
injusta discriminação contra elas, imposta pela sociedade dos consumos".
Para
resolver a questão, "è fundamental reconhecer que a exploração sexual e o tráfico
de seres humanos são atos de violência". O documento reconhece o trabalho positivo
de muitas organizações eclesiais, mas afirma que a intervenção da Igreja e das entidades
governamentais não é suficientemente adequada para alcançar resultados melhores.
O
texto destaca ainda a necessidade de uma presença mais visível da Igreja nos locais
de deslocamento humano. Entre as iniciativas, propõem-se o acolhimento em estações
ferroviárias e rodoviárias, campanhas de educação, capelas ambulantes e a celebração
dos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação nas rodovias, rodoviárias e aeroportos.
"A Igreja quer estar onde o homem se encontra e vive, na sua realidade, na
sua dificuldade, com suas alegrias e seus sofrimentos", conclui. (BF)