Camagüey, 01 nov (RV) - Cuba viveu no último sábado um momento histórico. Na
cidade de Camagüey, o cardeal José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação
das Causas dos Santos, presidu em nome do Papa a Missa de Beatificação do frei José
Olallo Valdés, religioso da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, que viveu entre
1820 a 1889. Presente o presidente cubano Raul Castro.
Foi a primeira vez
que na ilha caribenha se realizou um rito de Beatificação. O cardeal Saraiva Martins,
que levou a saudação e a Benção do Papa, afirmou que a cerimônia de sábado foi uma
“pedra angular” para a Igreja em Cuba e para todo o povo cubano, “uma etapa inesquecível”
que ocorre dez anos depois de outro evento histórico, a visita de João Paulo II à
ilha.
Frei Olallo – disse o purpurado – com a sua dedicação aos enfermos nos
ensina, em um tempo atravessado por uma “cultura materialista que exclui os mais fracos
e indefesos”, que “cada homem é desejado e amado por Deus e possui uma singularidade
e uma beleza irrepetíveis”.
Frei Olallo, abandonado pelos pais quando nasceu,
era o “pai dos pobres” como explicou aos microfones da Rádio Vaticano o cardeal
Saraiva Martins:
R. Sim, era definido o “pai dos pobres” e
também o “campeão da caridade”, que é a mesma coisa, porque ele viveu uma vida toda
dedicada aos pobres, aos enfermos. Este era o seu ideal, estar a serviços dos pobres,
dos doentes, sobretudo daqueles mais abandonados. Ele sempre acompanhava esses pobres
e enfermos e dizia: “Esses são os meus irmãos, os meus filhos prediletos”. Portanto,
é um exemplo vivo da caridade de Cristo. Frei Olallo teve sempre presente, como princípio
de vida, as palavras de Jesus: “Tudo aquilo que fizerdes a um desses pequeninos a
mim o fizestes”. Também me chamou a atenção, neste serviço de caridade, o fato que
frei Olallo exercitava este seu ministério com um entusiasmo incrível: estava sempre
próximo aos doentes, mas como um irmão, como um pai, um pai alegre porque via naquele
serviço sua vocação plenamente realizada. Eis porque, certamente, é o “campeão dos
pobres”, é o pai dos pobres”, é um modelo também para aqueles que hoje, seguindo as
palavras de Jesus, dedicam a sua vida a este ministério dos enfermos. (SP)