COMECE: UE ABRE AS PORTAS PARA ACOLHER REFUGIADOS IRAQUIANOS
Bruxelas, 01 dez (RV) - "As portas estão abertas para acolher na União Européia,
em 2009, dez mil refugiados iraquianos particularmente vulneráveis. Agora os Estados
membros possuem os meios para agir rapidamente".
Foi o que disse o secretário-geral
da Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE), Piotr Mazurkiewicz, expressando
sua satisfação pelas conclusões do Conselho Justiça e Assuntos Internos que dias atrás
convidou, em Bruxelas, os Estados membros da União Européia a acolherem os refugiados
iraquianos, sobretudo, os que estão na Síria e na Jordânia. Eles se encontram em condições
particularmente vulneráveis. Muitos necessitam de cuidados médicos outros foram vítimas
de traumas ou de torturas, outros pertencem a minorias religiosas, além de mulheres
que, sozinhas, devem sustentar suas famílias.
O conselho frisou a possibilidade
de que a ajuda financeira e os planos de reinserção possam ser fornecidos pelo 'Fundo
Europeu para os refugiados' e pediu aos Estados membros para que indiquem, até o próximo
dia 19, suas intenções em vista do cálculo de repartição do financiamento para 2009.
O arcebispo de Kirkuk, dom Louis Sako, não se mostrou favorável ao anúncio
da União Européia de acolher os dez mil refugiados iraquianos em exílio na Síria e
na Jordânia."Tal decisão, ressaltou dom Sako, é como dizer aos cristãos para fugirem
do Iraque. Hoje dez mil, amanhã outros dez mil, até que o país se esvazie completamente
da presença cristã".
O prelado disse que é contrário à fuga em massa dos cristãos
de sua terra de origem e denunciou a falta de uma forte liderança política, dentro
da comunidade cristã, que promova a unidade.
"O desejo de fuga é sem dúvida,
alimentado pela falta de um líder político que oriente as pessoas rumo a um projeto
concreto, sólido, que os convença a permanecer, não obstante os sofrimentos", ressaltou
dom Louis.
"Até mesmo nos casos de perseguições é preciso mostrar o sentido
profundo do Evangelho, que nos pede para sermos testemunhas do sacrifício de Cristo",
finalizou o prelado. (MJ)