BARTOLOMEU I: É PRECISO REMOVER ESPINHOS NAS RELAÇÕES ENTRE IGREJA CATÓLICA E PATRIARCADO
ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Istambul, 1º dez (RV) - O patriarca Bartolomeu I, ao saudar neste domingo a
delegação da Santa Sé presente em Istambul para a festa do Patriarcado Ecumênico de
Constantinopla, celebrada ontem, 30 de novembro _ festa de Santo André _, disse que
“somos obrigados a remover entre nós os espinhos, que acumulamos durante um milênio,
nas relações entre as nossas Igrejas em matéria de fé, bem como nas questões que concernem
à estrutura e ao governo da Igreja”.
A delegação vaticana esteve conduzida
pelo presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal
Walter Kasper, com a participação do também secretário do referido organismo vaticano,
Dom Brian Farrel, e o oficial da seção oriental do mesmo, Pe. Vladimiro Caroli. Também
esteve presente em Istambul o núncio apostólico na Turquia, Dom Antonio Lucibello.
De
fato, a delegação da Santa Sé participou da solene Divina Liturgia na igreja patriarcal
do Fanar e manteve um encontro com o patriarca e conversações com a Comissão sinodal
encarregada das relações com a Igreja católica. Na sua saudação à delegação, o patriarca
agradeceu e retribuiu os “sentimentos de amor e estima” expressos por Bento XVI em
sua mensagem.
Bartolomeu I recordou à delegação que foram o patriarca Atenágoras
e o papa Paulo VI que iniciaram a visita das delegações por ocasião das respectivas
festas dos Santos padroeiros.
Ao promover essa iniciativa _ recordou o patriarca
_, Atenágoras e Paulo VI estavam animados pelo “forte desejo” de que as duas Igrejas
“separadas durante todo um milênio” pudessem viver “um período de diálogo no amor
e na verdade”.
Esse mesmo “profundo desejo” continua animando o “diálogo bilateral”
entre Roma e Constantinopla e “nós nos alegramos por sua continuação e progresso”
_ enfatizou Bartolomeu I.
“De um lado, o diálogo do amor purifica as nossas
relações de todo proselitismo e ação que contradiz o espírito de mútuo respeito e
amor; de outro, o diálogo da verdade, com o qual se encontra comprometida a Comissão
mista internacional, continua a sua difícil e árdua tarefa”.
Bartolomeu I lembrou
que a finalidade desse diálogo é “a plena restauração da completa unidade” entre as
duas Igrejas. “Somos chamados a isso não somente por respeito à santa memória” dos
apóstolos Pedro e André, “mas também pelas nossas responsabilidades pelo mundo contemporâneo,
que é abalado por uma variedade de conflitos e tem uma urgente necessidade da mensagem
de reconciliação”. (RL)