PAPA NO ANGELUS: A VIDA FRENÉTICA NOS DEIXA POUCO TEMPO, MAS DEUS SEMPRE TEM TEMPO
PARA NÓS
Cidade do Vaticano, 30 nov (RV) - Ao meio-dia deste domingo, o Papa Bento XVI
rezou o Angelus com os fiéis e peregrinos na Praça S. Pedro.
O tema de sua
alocução que precede a oração mariana foi o Advento, que "nos convida a refletir sobre
a dimensão do tempo, que sempre exercita sobre nós um grande fascínio". Bento XVI
partiu de uma constatação muito concreta:
"Todos dizemos que nos 'falta tempo',
porque o ritmo da vida cotidiana se tornou para todos frenético. Mas, sobre isso,
a Igreja tem uma "boa nova" a oferecer: Deus nos doa o seu tempo. Nós temos
sempre pouco tempo; especialmente para o Senhor não sabemos ou, às vezes, não queremos
encontrá-Lo. Pois bem, Deus tem tempo para nós!"
Sim, continuou o papa,
Deus nos doa o seu tempo, porque entrou na história com a sua palavra e as suas obras
de salvação, para abri-la ao eterno, para fazer dela história de aliança. Nesta perspectiva,
o tempo é em si mesmo um sinal fundamental do amor de Deus. E três são os eixos que
ritmam a história da salvação: no início, a criação; no meio, a encarnação-redenção;
e, no final, a "parusia", a vinda final que compreende também o juízo universal.
Porém,
explicou o pontífice, esses três momentos não devem ser entendidos somente em sucessão
cronológica. Seja a encarnação, seja a redenção, ocorreram em um determinado momento,
mas seu raio de ação compreende o tempo passado e futuro, assim como o juízo final,
que exercita sua influência sobre a conduta dos homens em todos os tempos.
O
Advento celebra a vinda de Deus, portanto nos convida a despertar a expectativa pelo
retorno glorioso de Cristo, mas, ao mesmo tempo, o Senhor vem continuamente na nossa
vida. Por isso, é mais oportuno do que nunca o apelo de Jesus neste primeiro domingo
do Advento: Vigiai!
"Este apelo é dirigido aos discípulos, mas também a todos
nós, que seremos chamados a prestar contas da nossa existência. Isso comporta um distanciamento
dos bens terrenos, um sincero arrependimento dos próprios erros, uma caridade pelo
próximo e, sobretudo, uma humilde e confiante entrega nas mãos de Deus."
O
símbolo do Advento é a Virgem Maria, recordou por fim o papa. Que Ela nos ajude a
nos tornar um prolongamento de humanidade para o Senhor que vem. (BF)