2008-11-29 12:52:39

Morte em Mumbai: Editorial do Padre Lombardi


(29/11/2008) “Os atentados de Mumbai, com mais de dez objectivos de grande relevo atingidos de modo coordenado, mais de cem mortos e centenas de feridos, precipitaram na angústia a Índia e grande parte do mundo. O grau de violência homicida e a evidente intenção de atingir o coração de um grande país trouxeram ao espírito o 11 de Setembro em Nova Iorque, e depois também Madrid, Londres… As tensões e conflitos que desde há muito agitam o sub-continente indiano foram deliberadamente identificadas como ponto crítico sobre o qual intervir para deflagrar um incêndio ainda mais aterrador, de consequências dificilmente imagináveis, dadas as dimensões demográficos da Ásia meridional e o seu papel no desenvolvimento mundial. A piedade e o sofrimento para com as vítimas destes dias intensificam-se portanto pensando no imenso sofrimento que insensatos e lúcidos agentes de ódio querem multiplicar para inúmeras pessoas
Para os crentes, a preocupação humana alia-se à preocupação religiosa. Recordamos a antiga tensão que levou à divisão entre Índia e Paquistão, mas também as persistentes - e porventura crescentes - correntes fundamentalistas não só do mundo islâmico, mas também hinduísta. Há poucos anos, houve na Índia uma vaga de violência anti-muçulmana, recentemente fizemos a experiência da violência anti-cristã em algumas regiões. Num país em que a “minoria” muçulmana é de 140 milhões de pessoas, quais podem ser as reacções a este ataque que se apresenta como de matriz islâmica?
É horrível que no mundo de hoje a religião se misture com a violência. O fundamentalismo é um dos mais dramáticos riscos da humanidade e desafia a consciência de todo o homem religioso. “Não se pode usar a violência em nome de Deus”: o grito de João Paulo II, as mensagens de Assis, devem continuar a ressoar o mais alto possível. A causa da paz, a causa do homem é a causa do verdadeiro Deus.”








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