Santa Sé pede apoio para as familias rurais e a agricultura nos paises pobres
(28/11/2008) A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO),
deverá apoiar a “função impulsionadora da agricultura nos processos de desenvolvimento”,
trabalhando ao lado de Estados e governos para enfrentar a difusa crise alimentar.
Esta é a visão da Santa Sé expressa pelo seu observador permanente junto daquela agência
da ONU, o arcebispo Renato Volante, num discurso proferido nos dias passados perante
a35ª sessão da Conferência da FAO. Num cenário mundial dominado, em muitas áreas
pobres do planeta, pela insegurança alimentar, o mundo rural deve ser particularmente
levado em consideração pela FAO e pelos países ricos. Os seus programas de ajuda devem
ser modulados de maneira a “propor um ordenado equilíbrio” entre sistemas de produção
inovadores e qualidade dos bens produzidos, garantindo assim tanto a segurança alimentar
como a saúde das pessoas e dos ecossistemas. É a “visão ideal” proposta por D.
Volante aos membros da FAO reunidos para a sessão especial da Conferência da agência,
que à distância de 63 anos da sua fundação aprovou dias atrás um plano de reforma
de mais de 42 milhões de dólares. “Reformar a Fao significa hoje partilhar a ideia
de que a luta contra a fome é uma questão determinada por múltiplos factores ” - observou
o representante da Santa Sé. Contudo - acrescentou-, as estratégias adoptadas muitas
vezes têm o defeito de uma falta de “visão unitária” que “coloque no centro as exigências
da pessoa”,e enfrentando os problemas de modo sectorial. Desta maneira penaliza-se
o sector agrícola naquelas áreas onde “mais se agravam a pobreza, o subdesenvolvimento
e a desnutrição, bem como a degradação ambiental - salientou. O arcebispo Renato
Volante exortou as autoridades à co -responsabilidade e à colaboração com a FAO,
a fim de que esta “possa continuar a dispor de recursos”, e lembrou à agência a sua
razão de ser, ou seja, uma “organização de pessoas ao serviço de outras pessoas e
dos seus direitos fundamentais”. A delegação da Santa Sé tem a “firme convicção
de que a estrutura da FAO e os seus respectivos compromissos” devem “ressaltar a função
impulsionadora da agricultura nos processos de desenvolvimento, promovendo, em primeiro
lugar, não a simples capacidade administrativa, mas critérios de gestão ponderados
e iniciativas realmente funcionais às necessidades.