Violência inusitada em Bombaim: horror e indignação da comunidade internacional
(27/11/2008) 100 mortos e 200 feridos. Estes são os dados - chave da série de ataques
que, esta quarta-feira, marcaram, com uma violência inusitada, a cidade de Bombaim,
na Índia. Os ataques foram reivindicados por um grupo islamita que se apresenta como
os Mujaedines do Deccan. As suspeitas das autoridades centram-se contudo no Indian
Mujahedeen, um braço do movimento islâmico de estudantes da Índia, acusados da autoria
de quase todos os ataques à bomba no país, incluindo os atentados em Bombaim que há
dois anos mataram quase 200 pessoas. Os ataques de quarta-feira foram coordenados,
bem planeados, englobaram um número elevado de atacantes, um nível de sofisticação
que é a imagem de marca de outras acções do grupo, que tem por hábito escolher como
alvos locais turísticos. Em Maio, os Indian Mujahedeen já tinham ameaçado atacar
sítios frequentados por turistas se o governo não desistisse de apoiar os EUA na arena
política internacional. A mensagem, na qual se declarava guerra aberta à Índia,
chegou via correio electrónico depois do atentado que matou mais de 60 pessoas em
Jaipur. A polícia acredita que os atacantes receberam treino e apoio logístico
de milícias nos vizinhos Paquistão e Bangladesh. A comunidade internacional apressou-se
a condenar, a uma só voz, os sete atentados levados a cabo por grupos armados em Bombaim O
director da Sala de Imprensa da Santa Sé Pe. Federico Lombardi, classificou como “trágicos
e alarmantes” os ataques que atingiram ontem à noite hotéis de luxo, restaurantes
e hospitais na cidade indiana de Bombaim. Segundo o Pe. Lombardi, estes acontecimentos
dizem respeito “à comunidade internacional no seu conjunto”. A União Europeia manifestou
o seu «horror e indignação» condenando-os com a «maior firmeza», num comunicado divulgado
pela Presidência Francesa da UE. O documento sublinha «a ligação do povo indiano
à democracia» assim atacada por actos terroristas e afirma que a UE «associa-se ao
luto da Nação indiana e está ao seu lado nesta provação dramática». Por seu lado,
o Secretário-Geral das Nações Unidas disse que este tipo de violência é totalmente
inaceitável, sublinhando que nenhuma causa ou convicção pode justificar ataques a
civis. Numa nota onde expressa simpatia para com as famílias das vítimas, Ban Ki-moon
deixou claro que espera que os responsáveis pelos ataques respondam perante a justiça. Segundo
alguns relatos que chegaram de testemunhas no local, entre os principais visados terão
estado cidadãos ingleses e norte-americanos. A Casa Branca fez saber que condena
veemente o sucedido e, numa nota oficial emitida em nome de George W. Bush, presidente
dos Estados Unidos, é referido que as agências de contra-terrorismo e inteligência
encontram-se reunidas com o Departamento de Estado e o Pentágono para discutir a situação
na Índia. Também Barack Obama, recentemente eleito como próximo presidente dos
Estados Unidos, reagiu, dizendo que os atentados são um sinal claro da grave ameaça
do terrorismo. Já o chefe do governo britânico, Gordon Brown, citado pela televisão
Sky News, afirmou que uma resposta forte e firme será dada aos acontecimentos no sul
de Bombaim.