(28/11/2008) O Conselho pontifício para a Cultura organizou, quarta feira em Roma,
um encontr que teve como tema: “A ciência, 400 anos depois de Galileu Galilei: o valor
e a complexidade ética da pesquisa técnico -científica contemporânea”.
Os trabalhos
foram inaugurados pelo cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone que começou
por salientar que “no passado, alguns homens da Igreja cometeram erros em relação
a Galileu Galilei, devido à mentalidade da época. Entretanto, o grande cientista italiano
foi um homem de profunda fé cristã”.
Para o cardeal Bertone “o que deveria
ser colocado em evidência, hoje, é que Galileu, homem de ciência, também cultivou
com amor a sua fé e as suas profundas convicções religiosas. Este homem de fé via
a natureza como um livro, cujo autor era Deus”.
Por outro lado, “o processo
da Inquisição contra Galileu foi concluído efectivamente com uma sentença de condenação,
que nunca foi assinada pelo Papa e sobre a qual houve um grave desacordo entre os
Cardeais”, disse, por sua vez, o Presidente do conselho Pontifício para a cultura,
o arcebispo Gianfranco Ravasi, que acrescentou: Por isso, o Vaticano pretende voltar
a publicar as actas do processo de Galileu Galilei para "refrescar a memória" daqueles
que criticam a Igreja sobre o caso, uma vez que ele "nunca foi condenado".
Neste
sentido, disse o arcebispo, “o envolvimento da Igreja e da reflexão teológica estará
ao centro do tema da evolução biológica”, que voltará, no próximo ano, por ocasião
do segundo centenário de nascimento de Darwin e os 150 anos da “Origem das espécies”.
Por isso, o Conselho Pontifício para a Cultura patrocinará, em Março de
2009, um encontro que unirá “a voz da ciência com as vozes da filosofia e da teologia,
cada uma com a sua dignidade e linguagem”.