(26/11/2008) Os Bispos católicos da Europa e da África lançam um apelo às suas comunidades
para que sejam “ainda mais acolhedoras em relação aos irmãos estrangeiros, reconhecendo
o valor e o contributo que os imigrantes trazem aos países de acolhimento”. Esta
é uma das principais conclusões do seminário sobre migrações organizado pelo SECAM
(Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar) e pelo CCEE (Conselho
das Conferências Episcopais de Europa), em Liverpool (Inglaterra). Calcula-se
que haja cerca de cinco milhões de imigrantes irregulares na Europa, ao passo que
na América serão 10 milhões Os membros do CCEE e do SECAM convidam os cristãos
a “tomar a sério a pastoral das migrações, a todos os níveis, criando também departamentos
e estruturas a isso destinadas” e mantendo “uma preocupação social também em relação
ao bem-estar dos imigrantes”. Os conteúdos da mensagem final deste seminário foram
adiantados pelo Pe. Duarte da Cunha, o sacerdote português que desempenha funções
de secretário-geral do CCEE. A iniciativa teve como tema “As migrações, novo espaço
de evangelização e solidariedade”. Neste seminário marcaram presença 40 participantes,
entre bispos europeus e africanos, representantes de dicastérios do Vaticano e de
agências humanitárias católicas. A crescente complexidade do fenómeno mundial
das migrações faz com que a Igreja seja chamada a ter uma maior atenção a uma questão
que é “não só social, mas também pastoral”, com diversas categorias: refugiados, estudantes,
pessoas em busca de trabalho. À Igreja Católica é pedido que seja capaz de trabalha
junto “das autoridades do Estado e das instituições internacionais, pela tutela e
a defesa da dignidade dos migrantes”. O Pe. Duarte da Cunha disse à agência italiana
SIR que entre as preocupações do encontro de Liverpool – embora não tratadas directamente
na mensagem conclusiva – estão a situação no Congo e no Sudão, a crise alimentar e
financeira, bem como o encerramento das fronteiras na Europa.