CONGRESSO NO RIO: ENTREVISTA COM DIRETOR DA ONG PROMUNDO
Rio de Janeiro, 26 nov (RV) - Prossegue no Rio de Janeiro o III Congresso Mundial
contra a exploração sexual das crianças e adolescentes.
Na abertura ontem do
Congresso, o diretor-geral do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Ann
Veneman, disse: "A exploração sexual deixa nas crianças cicatrizes psicológicas e,
às vezes, físicas, e reduz suas esperanças de conduzir uma vida digna. Nenhum país
ou região está imune e não existem expectadores inocentes".
Segundo o UNICEF,
serão discutidas novas estratégias para combater formas de exploração sexual, cometidas
inclusive por religiosos, professores e agentes empenhados em missões de paz, que,
observa Veeneman, "é a pior forma de abuso de poder".
Segundo o UNICEF, 150
milhões de meninas e 73 milhões de meninos abaixo dos 18 anos tiveram relações sexuais
forçadas, cerca de 82 milhões de meninas no mundo, algumas com 10 anos de idade, irão
se casar e serão expostas a violência física e sexual por parte de seus maridos adultos.
Uma
das entidades participantes é a Caritas Internacional, que no evento pediu mais esforços
na luta contra as causas do tráfico de menores.
"A proteção da criança é
o coração do trabalho da Caritas", disse a coordenadora do departamento de Migração
e Tráfico da entidade, Martina Liebsch. "Nós queremos garantir que cada criança tenha
direito a uma infância em que estejam protegidas dos horrores da exploração sexual
e do tráfico", acrescentou.
Contra o tráfico de seres humanos, a Caritas
pede uma medida aparentemente simples: que toda criança tenha uma certidão de nascimento,
de modo que os controles nas fronteiras dos países possam ser reforçados.
Bianca
Fraccalvieri entrevistou o diretor de programas do Instituto Promundo, Marcos Nascimento,
que começa falando sobre as atividades do Instituto:
O Promundo
e a Pastoral da Criança integram a "Rede Nacional Primeira Infância". O Congresso
mundial conclui-se no dia 28. (BF)