AUDIÊNCIA GERAL: A JUSTIFICAÇÃO SEGUNDO SÃO PAULO APÓSTOLO
Cidade do Vaticano, 26 nov (RV) - Bento XVI encontrou-se, esta manhã, na Sala
Paulo VI, no Vaticano, com milhares de peregrinos e fiéis, provenientes de diversos
países, para a Audiência Geral de quarta-feira.
No início da audiência, o Santo
Padre fez uma saudação, em inglês, ao Catholicós da Cilícia dos Armênios, Sua Santidade
Aram I, acompanhado de uma delegação de bispos.
Esta visita fraterna, afirmou
o papa, é uma ocasião significativa para estreitar os laços da unidade que já existem
entre as duas igrejas, no caminho rumo à plena comunhão. Bento XVI expressa sua gratidão
pelo envolvimento pessoal de Aram I na questão do ecumenismo, especialmente na Comissão
Conjunta para Diálogos Teológicos.
O papa recordou a estátua de S. Gregório
o Iluminador, fundador da Igreja armênia, que fica na fachada da Basílica Vaticana.
A estátua invoca os sofrimentos sofridos por S. Gregório em conduzir o povo armênio
ao cristianismo, mas também os muitos mártires e confessores da fé que testemunharam
a riqueza da história armênia.
Por fim, Bento XVI invoca a intercessão de São
Gregório como guia rumo à plena unidade desejada pelas duas Igrejas.
Hoje à
tarde, Aram I concederá uma coletiva de imprensa, aos jornalistas presentes em Roma,
na sede da Rádio Vaticano, por ocasião da sua visita ao Papa e à Igreja de Roma.
Em
sua catequese semanal, Bento XVI continuou a falar sobre São Paulo Apóstolo, por ocasião
do Ano Paulino.
Na última Audiência Geral, o Papa havia aprofundado o tema
da “absoluta gratuidade da salvação”. Hoje, se concentrou mais sobre as conseqüências
que brotam da justificação pela fé e da ação do Espírito Santo na vida do cristão.
Com
efeito, disse o Pontífice, não é casual que Paulo, em sua Carta aos Gálatas, - na
qual acentua a gratuidade da justificação -, ressalte também a relação existente entre
a fé e as obras.
Os frutos do Espírito, segundo o Apóstolo, são: “amor, alegria,
paz, compreensão, serviço, bondade, lealdade, amabilidade, domínio de si”. Nesta lista,
o primeiro grande dom é o ágape ou o amor. É o Espírito que nos leva a um amor total
a Cristo e a não viver mais para nós mesmos, mas por aquele “que morreu e ressuscitou
por nós”.
Assim, concluiu o Santo Padre, a centralidade da justificação sem
as obras não entra em contradição com a fé atuante no amor. Ao invés, as conseqüências
de uma fé que não se encarna no amor são desastrosas, porque tudo se reduz ao puro
arbítrio e ao subjetivismo mais nocivo.
Por isso, São Paulo coloca, muitas
vezes, as comunidades cristãs diante do “juízo final”, quando receberemos a recompensa
por nossas obras”. (MT/BF)