Bispos europeus recebidos pela presidência francesa da UE
(24/11/20089 As migrações, política externa europeia, alterações climáticas, a Directiva
do tempo de trabalho e as relações da União Europeia com África estiveram no centro
do encontro que os representantes das Igrejas e a Comissão dos Bispos das Conferências
Episcopais da União Europeia mantiveram com a presidência francesa da UE. Os participantes
do encontro centram a discussão em questões institucionais, nomeadamente, o futuro
da UE e o Tratado de Lisboa, para além da crise financeira. Os representantes da Igreja
manifestaram o seu desejo de ver o Domingo, enquanto dia de descanso, melhor protegido
pelas legislações nacionais e no futuro, pela Directiva do tempo de trabalho, actualmente
em discussão no Parlamento europeu. Os bispos consideraram que na sociedade e
na economia, a eficiência tornou-se o critério dominante. “O descanso ao Domingo permite
que o indivíduo seja o centro da sociedade e chama a atenção para o facto de ele ser
livre e não um escravo do trabalho”. Com vista à reunião do Conselho Europeu para
a Justiça e Assuntos Internos, agendada para 27 de Novembro, a delegação representante
da Igreja levantou diversas questões relacionadas com o acolhimento aos refugiados
e as políticas europeias de retorno da UE. A delegação sublinhou a necessidade de
uma política comum da UE sobre as migrações e sobre o asilo, que proteja os direitos
humanos dos refugiados e migrantes, e que tenha presente a integração enquanto um
processo de duas visas, que envolve tanto os imigrantes como as comunidades de acolhimento.
A Comece e os representantes das Igrejas expressaram à presidência francesa a
sua “profunda preocupação” acerca dos direitos das minorias espalhados pelo mundo,
em especial das minorias cristãs sujeitas a perseguições. Os bispos pediram aos estados
membros da UE e às instituições da UE que favoreçam o respeito pela liberdade religiosa,
um direito fundamental e base fundamental para a política externa. Os representantes
das Igrejas apontaram ainda a dramática situação dos cristãos no Iraque cuja extinção
iria significar uma “grande injustiça”. Isto implicaria que o diálogo entre culturas
não é mais possível e que as particularidades étnicas e religiosas prevalecem sobre
o direitos humanos. O encontro incidiu ainda sobre questões mais globais, nomeadamente
sobre alterações climáticas e as relações UE-África. Os representantes apontaram o
contributo específico das Igrejas e dos cristãos através de exemplos locais e das
reflexões desenvolvidas.