Roma, 22 nov (RV) - Em comunicado divulgado na última quinta-feira por ocasião
do Dia Mundial da Infância, o Serviço dos Jesuítas para Refugiados (JRS) expressou
a sua profunda preocupação pela situação humanitária no Kivu do Norte, e em particular
pelos efeitos que essa situação está tendo sobre as crianças da região. O principal
temor – refere a agência Fides – é que “essa guerra no leste do Congo possa privar
toda uma geração da educação, elemento essencial para uma autêntica reconstrução da
Região que sofreu por anos a guerra”.
A esse propósito, o JRS dirigiu um apelo
ao governo congolês, aos grupos rebeldes e à comunidade internacional para que acabem
com o recrutamento de crianças-soldado e que dêem prioridade à proteção dessas crianças;
pede ainda que a educação recupere o mais rápido possível o seu ambiente de segurança
e que seja dada prioridade à educação como elemento fundamental das respostas urgentes;
pede por fim, serem disponibilizados fundos necessários para o financiamento da educação.
Segundo
o JRS, milhares de crianças estão atualmente impossibilitadas de freqüentar as escolas
no Kivu do Norte. Somente na região de Rutshuru, cenário dos últimos conflitos, 150
mil crianças não podem continuar os seus estudos. As agências das Nações Unidas estimam
que 85% das escolas estejam fechadas.
Infelizmente, esta não é a primeira vez
que o conflito impede a educação das crianças no Kivu do Norte. Por isso, sem uma
real intervenção externa, essa guerra corre o risco de negar a educação a toda uma
geração de crianças do Kivu. “Apesar da evidente vantagem que a educação pressupõe
em situações de crise – dando um sentido de normalidade às crianças, preparando-as
para o futuro, dando esperança às suas famílias – este setor social – denuncia o JRS
- recebe somente 3% do fundo internacional de emergência para o Kivu do Norte, segundo
os últimos dados de setembro”. Ultimamente se está considerando um considerável aumento
das ajudas, mas ainda não são suficientes para garantir uma educação de qualidades
a essas crianças.
Na realidade, até a metade de 2008 chegaram somente 20% dos
fundos necessários para a educação. Por isso o JRS dirige um apelo a fim de que seja
dada prioridade à educação de urgência e sejam aumentados os fundos para esse fim.
Desde o último mês de janeiro o JRS realizou projetos de educação primária e secundária,
formação profissional e apoio às pessoas em situações de vulnerabilidade na localidade
de Rutshuru e nos campos de refugiados na periferia de Goma. (SP)