CONGO: CARITAS DENUNCIA VIOLÊNCIAS CONTRA AS MULHERES, DIANTE DA FORÇAS DA ONU
Kinshasa, 22 nov (RV) – Os capacetes azuis das forças da ONU na República Democrática
do Congo (Monuc) não apenas são incapazes de deter a violência contra os civis, mas
se voltam até mesmo para o outro lado, quando as vítimas da violência são as mulheres.
Numa
entrevista, o diretor da Caritas-Congo, Bruno Miteyo, critica duramente a ação (ou
omissão) da Monuc no país, devastado pelos conflitos entre o exército regular e as
forças rebeldes, na província de Kivu Norte.
"É inadmissível _ diz ele _ que
as violências contra as mulheres sejam perpetradas diante dos olhos dos capacetes
azuis, que permanecem impassíveis."
"Pedimos que os efetivos da ONU sejam sinceros
e empenhados. Não nos interessa que as Nações Unidas enviem reforços. No Congo está
em ato _ como dizem os bispos _ um "genocídio silencioso", com o massacre sistemático
de mulheres e crianças."
Para o diretor da Caritas, não é por acaso que a guerra
seja levada a cabo ao longo da fronteira oriental, na zona mineraria de Kivu Norte.
De fato, por detrás do conflito _ alerta ele _ estão grandes "interesses econômicos". Bruno
Miteyo pede um imediato cessar das hostilidades em Kivu Norte. Ele se encontra em
Roma, para reunir-se com membros da Caritas italiana. (AF)