CARDEAL SARAIVA MARTINS EXPLICA O MOTIVO DA PERSEGUIÇÃO E MORTE DOS 188 MÁRTIRES JAPONESES
Nagasaki, 22 nov (RV) – Na próxima segunda-feira, dia 24, serão elevados à
glória dos altares, em Nagasaki, Japão, Pedro Kibé Kasui, sacerdote professo da Companhia
de Jesus e 187 mártires: sacerdotes, religiosos e leigos
A solene celebração
será presidida, no Big Estádio de Nagasaki, pelo arcebispo emérito de Tóquio, cardeal
Seiichi Peter Shirayanagi, enquanto a fórmula de beatificação será pronunciada pelo
Prefeito emérito das Causas dos Santos, cardeal José Saraiva Martins.
O Japão
foi evangelizado pelo jesuíta São Francisco Xavier, entre 1549 e 1552. Poucas décadas
depois, a nascente Igreja passou por uma cruel perseguição. Os primeiros mártires,
liderados por São Paulo Miki, crucificados em Nagasaki, em 1597, foram canonizados
em 1862 por Pio IX, e outros 205 foram beatificados em 1867.
Em 1603, com o
governo de Tokugawa, começou uma forte perseguição contra os cristãos, que então chegavam
a cerca de 400 mil em todo o Japão, que custou a vida de milhares deles.
Os
mártires, que serão beatificados no próximo dia 24, pertencem a esta época. Entre
eles encontram-se 4 sacerdotes e 184 leigos, mulheres, crianças, samurai, servos e
inclusive pessoas deficientes. Contam-se também 52 fiéis de Kyoto, martirizados em
1622, e 53 provenientes de Yamagata, mortos em 1629, segundo informa a Conferência
Nacional dos Bispos do Japão.
Além dos atrozes tormentos que o padre Pedro
Kibé e outros companheiros jesuítas sofreram, um dos testemunhos mais comoventes é
o de toda uma família de Kyoto: João Hashimoto Tahyoe e sua esposa Thecla, martirizados
com todos os seus filhos em 6 de outubro de 1619.
Os católicos que sobreviveram
à perseguição tiveram que viver às escondidas durante 250 anos, até a chegada dos
missionários europeus no século XIX.
A causa de Beatificação destes 188 mártires
japoneses começou em 1984, após a visita apostólica de João Paulo II ao país (1981).
Para
a próxima beatificação, os bispos do Japão enviaram uma mensagem aos fiéis, dizendo:
“Esta é uma ocasião importante para que a Igreja no Japão reflita sobre a fé dos cristãos,
que nos precederam há 400 anos. Precisamos desenvolver uma fé forte em Deus, nele
colocar a nossa esperança, em todas as circunstâncias, e viver no amor, todos os dias
da nossa vida”.
Sobre o motivo da perseguição e morte dos 188 mártires japoneses,
eis o que disse o cardeal José Saraiva Martins: (MT)