RELIGIOSA ESTUPRADA DEPÕE NA POLÍCIA, MAS NÃO RETORNA A ORISSA
Nova Délhi, 19 nov (RV) – Ir. Meena e Pe. Thomas Chellan narraram das violências
que sofreram na noite em que foram assaltados por fundamentalistas hinduístas. A religiosa
permanecerá em Nova Délhi, Índia, mas não participará da acareação programada para
esta quarta-feira, em Baliguda.
A quase três meses do assalto de que foram
vítimas, Ir. Meena Barwa e Pe. Thomas Chellan reviveram com detalhes, os angustiantes
momentos que passaram nas mãos dos extremistas hinduístas. Eles estão entre as primeiras
vítimas cristãs a sofrerem ataques dos hinduístas.
O inspetor-geral Arun Ray
confirmou que a religiosa e o sacerdote _ ela foi vítima de estupro e ambos foram
brutalmente espancados _ fizeram suas declarações perante os agentes da polícia de
Orissa, que foram até Nova Délhi apenas para ouvi-los.
A religiosa, ainda provada
pelas violências sofridas, reafirmou que não deseja retornar a Baliguda, distrito
de Kandhamal, onde se realizaria, nesta quarta-feira, a acareação, para identificar
os autores do estupro. Ela sempre se disse contrária a um eventual retorno a Orissa,
alegando não confiar nos policiais locais que, segundo ela, teriam acobertado os
autores das violências sofridas por ela e Pe. Chellan.
Entretanto, nesta terça-feira,
chegou a Orissa uma delegação de ministros do Governo central da Índia, para visitar
os locais onde ocorreram os massacres dos cristãos. A delegação é composta pelo ministro
da Agricultura, Sharad Pawar, pelo ministro da Justiça Social, Meira Kumar, e pelo
ministro para as Questões Tribais, P.R. Kyndiah.
Os ministros visitaram também
o "Jalespata ashram", em Tumudibandha, onde foi assassinado o líder fundamentalista
hinduísta Lakshmanananda Saraswati e quatro de seus adeptos, assassinato que deu origem
à campanha de violência dos extremistas contra os cristãos. (AF)