2008-11-19 13:03:32

Autarquicas em Moçambique: bispos esperam reforço da democracia


(19/11/2008) Os quase três milhões de eleitores moçambicanos vão hoje a votos .Trata-se da terceira eleição do género desde a criação de autarquias em Moçambique e em causa estão a presidência e as assembleias de 43 municípios, mais 10 do que em 2003, depois de novas vilas terem sido elevadas este ano à categoria de município.
Os Bispos católicos de Moçambique esperam que os cidadãos dêem sua contribuição para que as eleições sejam oportunidade de reforçar a democracia no país.
Numa Carta Pastoral, a Conferência Episcopal destaca, de modo especial, o desejo dos moçambicanos em construir um Moçambique melhor, através da recuperação dos valores da tolerância e do respeito recíproco, que se perderam durante a longa guerra civil (1975-1992).
A Conferência Episcopal pede aos observadores nacionais e internacionais que ajudem a "denunciar abusos e irregularidades".
A Beira, segunda cidade do país, onde o candidato eleito pela RENAMO em 2003 concorre agora como independente, e Maputo, a capital, concentram as atenções.
Em Maputo, segundo a generalidade dos analistas, a dúvida está em saber se o afastamento inesperado do ainda presidente da Câmara, Eneas Comiche, cujo desempenho era alvo de elogios, poderá influenciar a expressão da vitória quase unanimemente antecipada do novo candidato do partido no poder.
Mas as atenções na contagem dos votos devem concentrar-se sobretudo na Beira, onde o maior partido da oposição retirou o apoio à recandidatura do actual e popular presidente da Câmara, Daviz Simango, que avança como independente contra os candidatos dos dois maiores partidos: Manuel Pereira (RENAMO) e Lourenço Bulha (FRELIMO).
Caso vença as eleições - a generalidade dos analistas políticos consideram o cenário provável -, Simango não apenas derrotará a RENAMO, naquele que é considerado o principal bastião político do partido, mas colocará em causa a decisão de o afastar.
Fora de Maputo e da Beira, a dúvida reside na capacidade da FRELIMO conquistar à RENAMO os restantes municípios onde perdeu em 2003: Nacala, Ilha de Moçambique e Angoche, na província de Nampula (norte), e Marromeu, em Sofala (centro).
As primeiras autárquicas em Moçambique realizaram-se em 1998 - boicotadas pela RENAMO, alegando falta de transparência do processo eleitoral - e as seguintes em 2003, tendo ambas sido ganhas pela FRELIMO.








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