INAUGURADO NO VATICANO ENCONTRO SOBRE A VIDA MONÁSTICA
Cidade do Vaticano, 18 nov (RV) - A Congregação para os Institutos de Vida
Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica se reúne a partir de hoje, no Vaticano,
para sua plenária que este ano será dedicada ao tema "A vida monástica e o seu significado
na Igreja e no mundo de hoje".
No discurso de inauguração, o prefeito da Congregação,
cardeal Franc Rodé, recordou que o monaquismo representa a primeira forma de vida
religiosa na história da Igreja e permanece ainda hoje um exemplo para qualquer outra
forma de vida religiosa e batismal.
Todavia, afirmou o purpurado, é inegável
que a vida monástica atravessa hoje um momento de grande dificuldade, não um momento
de decadência spiritual, mas de pobreza e de fraqueza: "um momento, portanto, que
pode revelar-se como hora pascal. Há comunidades que diminuem e se encaminham inclusive
para o fim, mas também comunidades que se renovam", explicou.
Certamente,
muitos homens e mulheres, inclusive não-cristãos e ateus, freqüentam hoje as comunidades
monásticas, atraídos por um estilo de vida comum e fraterna, pelo serviço perseverante
a Deus (opus Dei), que ritma o tempo e os dias, pela hospitalidade oferecida a todos,
e pelo espaço de escuta e de silêncio.
"Muitos são os cristãos e os próprios
religiosos e religiosas que vão aos mosteiros para renovar a própria fé, para exercitar-se
na arte espiritual, para encontrar paz e renovar as forças em vista de sua missão
na Igreja e entre os homens. A responsabilidade dos monges, portanto, é grande, e
a Igreja espera deles um testemunho límpido e forte da presença de Deus", afirmou
o cardeal.
E ele concluiu com um texto eloqüente, quando o profeta Isaías pergunta
ao Senhor: "Até quando esta crise?" (cf. Is 6,11), e Ele responde: "Até que ficar
um décimo, como o carvalho que, uma vez derrubado, deixa apenas um toco; esse toco
será uma semente santa" (cf. Is 6,13).
"Sim, o importante é que a vida monástica
seja santa, fiel ao Evangelho: e mesmo que permanecer somente um toco, dele nascerão
outros ramos, porque aquele toco é semente santa", afirmou o cardeal.
O purpurado
indicou então três pontos que serão debatidos na Plenária: o celibato, o perigo do
ativismo e a formação para reencontrar uma teologia sapiencial. (BF)