2008-11-18 17:59:00

CARD. KASPER: "COM O MOVIMENTO ECUMÊNICO, SE TRABALHA EM PROL DA PAZ"


Nicósia, 18 nov (RV) - Encerra-se nesta terça-feira na capital cipriota, Nicósia, a 22ª edição de "Homens e religiões", encontro organizado pela Comunidade de Santo Egídio.

Esta edição foi marcada não somente pela presença de expoentes das principais religiões, mas também de políticos de vários países. Um dos temas do evento foi o abatimento do último muro europeu, que divide justamente o país anfitrião. Uma divisão que é política, e não religiosa.

A propósito, uma delegação de Santo Egídio e de vários líderes religiosos encontrou nesses dias os negociadores da parte turca e greco-cipriota que, junto ao enviado das Nações Unidas, estão levando adiante as negociações para resolver a crise no país.

Nesta edição, foram lançados apelos pela paz na Terra Santa, no Líbano e no Iraque, foi analisada a situação dos cristãos na Índia e em outros países e falou-se dos pobres como as verdadeiras vítimas da crise financeira internacional.

Nesta noite, o encerramento da 22ª edição será marcada pela leitura da mensagem de paz e pelo apelo de Ingrid Betancourt, ex-refém das FARC.

Mas sobre as relações ecumênicas, a Rádio Vaticano entrevistou o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper, presente em Nicósia: "O diálogo com a Igreja Ortodoxa prossegue positivamente. Agora falamos do papel do bispo de Roma no I milênio da Igreja, portanto estamos discutindo o primado de Roma e há uma boa reaproximação, mas não um pleno consenso: é um passo importante. Também a amizade entre bispos ortodoxos e bispos católicos se torna sempre mais estreita. O Patriarca ecumênico esteve três vezes em Roma, e isso nunca tinha acontecido em toda a longa história da Igreja. As coisas prosseguem, mas é necessário ainda muito tempo. É necessário também que os fiéis sejam envolvidos e para isso se deve mudar de mentalidade. Porém, progredimos nos últimos 40 anos e podemos caminhar com esperança em direção ao futuro".

O card. Kasper explicou que, por meio do movimento ecumênico, se "trabalha pela paz" e que, sobretudo na Europa, que viveu a divisão com os ortodoxos e depois a Reforma protestante, "não se pode alcançar uma plena unidade sem ecumenismo".

"Somos chamados à unidade cristã, porque isso dará credibilidade à nossa mensagem – acrescentou –, mas a reconciliação tem também um valor político, porque demonstra que é possível superar as feridas e as dificuldades da história."

O cardeal destacou que o ecumenismo não é somente "produção de documentos, mas um processo que envolve a vida, por meio da amizade, do amor recíproco e da construção de relações". (BF)







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