É urgente a acção apostólica dos leigos na Igreja e no mundo, salientou o Papa pedindo
umanova geração de católicos empenhados na politica, coerentes com a fé professada,
com rigor moral, capacidade de juízo cultural, competência Professional e paixão
de serviço pelo bem comum.
(15/11/2008) Na manhã deste sábado Bento XVI recebeu no Vaticano os participantes
na assembleia plenária do Conselho Pontifício para os Leigos que nestes dias debateram
o tema A vinte anos da Christifideles laici: memoria, desenvolvimento, novos desafios
e tarefas. No seu discurso o Papa recordou que a exortação apostólica Christifideles
laici, definida a magna carta do laicado católico no nosso tempo, é fruto maduro das
reflexões e das trocas de experiências e de propostas da VII assembleia geral ordinária
do Sínodo dos Bispos realizada em Outubro de 1987 sobre o tema “vocação e missão dos
leigos na Igreja e no mundo. Falar de laicado católico – disse Bento XVI significa
referir-se a inumeráveis pessoas baptizadas, empenhadas em múltiplas e variegadas
situações para crescer como discípulos e testemunhas do Senhor e redescobrir e experimentar
a beleza da verdade e a alegria de ser cristãos. A actual condição cultural e social
torna ainda mais urgente esta acção apostólica para partilhar a mãos cheias o tesouro
de graça e de santidade, de caridade, doutrina, cultura e obras, de que é composto
o fluxo da tradição católica. As novas gerações são não só as destinatárias preferenciais
desta transmissão e partilha, mas também sujeitos que esperam no próprio coração
propostas de verdade e de felicidade para poder dar testemunho cristão, como já acontece
de maneira admirável…como fui testemunha em Sydney, durante a recente jornada mundial
da Juventude. No seu discurso o Santo Padre falou depois da dignidade e participação
das mulheres na vida da Igreja e da sociedade salientando que “o homem e a mulher,
iguais em dignidade, são chamados a enriquecer-se reciprocamente em comunhão e colaboração,
não só no matrimónio e na família, mas também na sociedade em todas as dimensões”. Às
mulheres cristãs pedem-se consciência e coragem para enfrentar tarefas exigentes,
para as quais contudo não lhes falta o apoio de uma acentuada propensão á santidade,
de uma especial agudez no discernimento das correntes culturais do nosso tempo e da
particular paixão nos cuidados do ser humano que as caracteriza. Nunca se dirá o suficiente
acerca de quanto a Igreja reconhece, aprecia e valoriza a participação das mulheres
na sua missão de serviço á difusão do Evangelho. Finalmente Bento XVI falou da
índole secular, característica dos fiéis leigos. O mundo na trama da vida familiar,
do trabalho, social, é lugar teológico, âmbito e meio de realização da sua vocação
e missão. Cada ambiente, circunstancia e actividade onde se espera possa resplandecer
a unidade entre a fé e a vida está confiado á responsabilidade dos fiéis leigos, movidos
pelo desejo de comunicar o dom do encontro com Cristo e a certeza da dignidade da
pessoa humana. A eles compete o testemunho da caridade especialmente em relação aos
mais pobres, sofredores e necessitados, e assumir qualquer empenho cristão tendente
a construir condições de uma cada vez maior justiça e paz na convivência humana,
de maneira a abrir novas fronteiras ao Evangelho. O Santo Padre concluiu reafirmando
a necessidade e urgência da formação evangélica e do acompanhamento pastoral de uma
nova geração de católicos empenhados na politica, que sejam coerentes com a fé professada,
que tenham rigor moral, capacidade de juízo cultural, competência professional e paixão
de serviço pelo bem comum.