CRISE: BISPOS DA UE ATRIBUEM RESPONSABILIDADE AOS ERROS DO CAPITALISMO
Bruxelas, 15 nov (RV) – Às vésperas da reunião do G-20, em Washington, neste
fim de semana, que buscará uma solução ou soluções para a crise econômica mundial,
de Bruxelas, Bélgica, os bispos europeus lançam uma mensagem clara: o capitalismo,
que é um modelo econômico baseado no consumo ilimitado de recursos limitados, não
pode ser senão um erro.
Reunidos em sua assembléia de outono, os bispos europeus
debateram o tema da crise financeira, sublinhando que ela não pode ser explicada apenas
mediante a falta de transparência e a escassa confiabilidade das regras do mercado.
Segundo eles, as causas são bem outras. "Um modelo econômico baseado no consumo contínuo
e ilimitado de bens limitados só podia acabar mal" _ disse o presidente do Conselho
dos Episcopados da União Européia, Dom Adrianus Van Luyn.
Para Dom Van Luyn,
o capitalismo sozinho não pode funcionar, porque "colocar o capital diante de tudo
faz com que se perca de vista o bem comum". Para os presidentes dos episcopados europeus
o desenvolvimento econômico deve ser solidário.
Para o bem do homem, que agora
atravessa uma grave crise e deve buscar uma saída para ela, "é preciso _ sustentam
os bispos europeus _ renunciar ao consumismo desenfreado de bens materiais e abandonar
a atitude de desperdício e consumismo". Essa mudança se faz necessária até mesmo para
o bem do clima, outro ponto alto da agenda dos prelados europeus.
"É importante
que haja uma liderança política forte, e uma reflexão e um debate que envolvam também
a ética" _ sublinhou a assembléia dos bispos, com um renovado apelo à moderação consumista
que caracteriza a sociedade, sobretudo, ocidental.
Os bispos europeus convidam
todos a reverem também, a própria escala de valores, a fim de que possam dedicar mais
tempos às coisas que realmente importam, entre elas, o respeito pelo domingo, que
deve ser um dia de repouso obrigatório. (AF)