A IMPORTÂNCIA DA CONFERÊNCIA SOBRE A PAZ PROMOVIDA PELA ONU
Nova Iorque, 15 nov (RV) - Concluiu-se quinta-feira, na sede da ONU, em Nova
Iorque, a conferência sobre o tema "Cultura da paz".
Na declaração final, os
participantes, que representavam 75 países, assumiram o compromisso de promover o
diálogo entre os povos e o respeito pelas religiões. Eles reiteraram a rejeição a
instrumentalização das religiões para justificar a morte de pessoas inocentes com
atos de terrorismo e violência.
A Rádio Vaticano entrevistou o representante
da Santa Sé neste encontro, o presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso,
Cardeal Jean-Louis Tauran.
O cardeal falou da importância desta conferência:
"Diria que a conferência foi importante porque foi uma ocasião para informar às Nações
Unidas sobre a reunião que se realizou em Madri em julho passado. A tarefa da ONU
não é ocupar-se de liberdade religiosa, mas verificar se os países-membros respeitam
os acordos assumidos a respeito. A Conferência de Madri foi uma reunião de líderes
religiosos e as Nações Unidas não têm a competência de legitimar a declaração final,
portanto a finalidade era informar à ONU o que foi debatido em Madri".
O Cardeal
Tauran ressaltou que a Conferência de Nova Iorque produziu uma declaração comum, que,
portanto, uniu líderes políticos e religiosos: "A conferência de Nova Iorque insistiu
na idéia de que a liberdade de religião deve ser considerada como uma prioridade,
seja dentro de cada país, seja nas relações internacionais. Mas cada representante
reagiu de maneira diferente. Os muçulmanos, por exemplo, destacaram o respeito da
liberdade de religião e, sobretudo, a necessidade de que os símbolos religiosos não
sejam objeto de escárnio, e os ocidentais reforçaram aspectos concretos da liberdade
religiosa, em especial a reciprocidade quanto aos locais de culto". (BF)