Cidade do Vaticano, 14 nov (RV) - Está em andamento no Vaticano a 23ª Conferência
Internacional promovida pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde.
Mais de 40 especialistas de todo o mundo estão debatendo o tema: "A pastoral no cuidado
das crianças enfermas".
A sessão desta sexta-feira foi marcada pela presença
de representantes de várias religiões. Representando o Hinduísmo, o pediatra e diretor
do Centro "Ashanti Ashram" de Coimbatore (Índia), Kezevino Aram, denunciou o círculo
vicioso da privação, que atinge, em especial, os mais pobres: "Se queremos ver uma
mudança no tratamento das crianças doentes, nós devemos ser esta mudança, como nos
ensinou Gandhi. Cada criança que nasce é deus, e como tal deve ser tratada".
Para
o budista Chen Kai-Yu, diretor do "Instituto para o Estudo da vida e da morte" de
Taiwan, a essência da assistência espiritual às crianças enfermas deve contar com
as energias que ela possui para colher o sentido da própria existência. "Devemos ajudar
as crianças doentes a cultivar a essência da vida e o seu sentido, entendendo que
a qualidade de vida é muito mais importante do que sua quantidade", afirmou.
"Na
visão judaica, os filhos constituem algo de precioso, são sinais evidentes da proteção
divina", disse por sua vez Abramo Alberto Piattelli, rabino-chefe da Comunidade de
Roma. "A vida constitui um bem supremo a ser tutelado a todo custo", acrescentou.
"O Islã, como todas as outras religiões, é chamada a oferecer sua contribuição
aliviando os sofrimentos dos pequenos doentes", disse Redwan Abdallah, secretário-geral
do Centro Cultural Islâmico da Itália. Para ele, a colaboração entre médicos, família
e voluntários, com o apoio da religião, podem levar a resultados extraordinários.
No final, Abdallah fez uma pergunta provocatória: "Se em um só dia os potentes
do mundo desembolsaram mais de 100 bilhões de euros para salvar os bancos, por que
não se pode realizar um gesto semelhante para salvar as crianças que sofrem?".
Mas
na prática, como é lidar com a criança doente? Eis o que responde o coordenador nacional
da Pastoral da Saúde no Brasil, Dr. André Luiz de Oliveira:
Cristiane
Murray acompanhou esta manhã os trabalhos desta conferência e entrevistou o coordenador
nacional da Pastoral da Saúde em Portugal, Mons. Reytor Pinto:
Pe. Niversindo
Cherubin é representante para a América Latina da AICA, Associação da Igreja Católica
que reúne os hospitais católicos de vários países do mundo. Para ele, além da assistência
espiritual, é importante que a criança tenha garantida, no período da internação,
a continuidade de sua formação escolar.