Em Nova Iorque, “conferência para o diálogo entre fé e culturas». O cardeal Jean Louis
Tauran pede que os crentes sejam coerentes e crediveis
(13/11/2008) Teve inicio nesta quarta feira, em Nova Iorque, na sede da ONU, a «Conferência
para o diálogo entre fé e culturas». Esta iniciativa promovida pelo Rei saudita
Abdullah, integra um percurso de diálogo inter-religioso, iniciado com a visita que
o Rei fez ao Papa, a 6 de Outubro, depois da Conferência pan-islâmica de Meca, em
Junho, e da Conferência inter-religiosa de Madrid, em Julho passado. A Conferência
em Nova Iorque contarcom a presença de 10 chefes de Estado, seis chefes de Governo,
além de numerosas delegações ministeriais. A Santa Sé está presente com uma delegação
chefiada pelo Presidente do Conselho Pontifício para o diálogo inter religioso o cardeal
Jean Louis Tauran. Num seu discurso o Card. Tauram salientou a necessidade dos
crentes serem coerentes e credíveis. Não podem utilizar a religião para maltratar
a liberdade de consciência, para justificar a violência, para propagar o ódio e o
fanatismo ou para minar a autonomia do politico e do religioso. Por outro lado
- salientou ainda o Card. Jean Louis Tauran, participando no diálogo publico nas
sociedades de que são membros, os crentes sentem-se chamados a cooperar na promoção
do bem comum que assenta numa série de valores comuns a todos, crentes ou não crentes:
a sacralidade da vida, a dignidade da pessoa humana, o respeito da liberdade de consciência
e de religião, liberdade responsável, acolhimento das opiniões dos outros na sua diversidade,
o uso justo da razão, o apreço pela vida democrática, a atenção aos recursos naturais,
entre outros. Esta «Conferência para o Diálogo entre as confissões e as culturas»
quer difundir um novo clima de optimismo na esfera mundial e no Médio Oriente, tendo
em vista as próximas eleições políticas em Israel Alguns críticos apresentam esta
Conferência como uma “exercício de relações públicas”. A organização nova iorquina
«Human Rights Watch» quer pressionar o Rei Abdullah a pôr fim à discriminação religiosa
na Arábia Saudita. “Não existe tolerância religiosa na Arábia Saudita, mas o Rei
pede que o mundo ouça a sua mensagem de tolerância religiosa”, afirmou à imprensa
Sarah Leah Whitson, pertencente ao grupo do Ocidente. “O diálogo deveria incidir sobre
os locais onde há menos tolerância religiosa, onde se inclui a Arábia Saudita”.