2008-11-13 19:26:51

CARDEAL TAURAN: FIÉIS NÃO DEVEM USAR A RELIGIÃO PARA JUSTIFICAR A VIOLÊNCIA E LIMITAR A LIBERDADE


Nova York, 13 nov (RV) – "As religiões, apesar das fraquezas e contradições de seus seguidores, são mensageiras de reconciliação e de paz", mas "os fiéis devem ser coerentes e testemunhar a própria fé": foi o que disse o presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, o cardeal francês Jean-Louis Tauran, durante o primeiro dia do encontro de cúpula inter-religioso em andamento na sede da ONU, em Nova York. O encontro, promovido pelo rei da Arábia Saudita, Adbullah, tem como tema "Cultura de paz" e seu objetivo é incentivar uma "cultura de paz e de diálogo entre as civilizações".

Participam do encontro _ que se conclui nesta quinta-feira _ chefes de Estado e de Governo de mais de 70 países de todo o mundo.

O Cardeal Tauran recordou o papel das religiões na promoção do bem comum das sociedades, mas, ao mesmo tempo, afirmou que os fiéis podem acabar usando a religião para limitar a liberdade de consciência, justificar a violência, difundir o ódio e o fanatismo, e minar a autonomia da política e da própria religião".

A ONU, por sua natureza e missão _ prosseguiu o Cardeal Tauran _ "deveria ser uma escola de paz"! "Aqui, de fato, se deve aprender a pensar e agir, levando em consideração as aspirações e os legítimos interesses de todos." Aqui, "todos os países são iguais em dignidade", mas para "fazer crescer o sentimento de pertença a uma mesma família" é necessário "superar a simples lógica das relações de força, para deixar espaço à força do direito".

Citando Bento XVI, o cardeal se disse convicto de que "a paz é colocada em discussão pela indiferença diante do que constitui a verdadeira natureza do homem" e que está na base dos "valores comuns a todos _ fiéis ou ateus _ tais como a sacralidade da vida, a dignidade da pessoa humana, o respeito pela liberdade de consciência e de religião, o empenho pela liberdade responsável, o respeito pelas opiniões diversas, o reto uso da razão, o apreço pela vida democrática e a atenção aos recursos naturais".

É preciso ir "além da simples tolerância" e dos "compromissos incertos" _ concluiu o purpurado _ para construirmos, juntos, sem renunciar ao patrimônio cultural e religioso, um mundo mais seguro e mais fraterno. (AF)







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