2008-11-11 12:13:12

As convicções da Igreja sobre a família, a regulamentação da Concordata, a situação económica, uma pastoral de maior sensibilidade e compromisso sócio-caritativo”, e os desafios da visita “ad limina” no discurso de abertura da plenária dos Bispos portugueses em Fátima


(11/11/2008) Em Fátima decorre até á próxima quinta feira a assembleia plenária da conferencia episcopal portuguesa. Os trabalhos começaram com o discurso de abertura feito por D,. Jorge Ortiga, presidente da conferencia episcopal portuguesa que lançou um apelo aos cristãos para que reajam em defesa da família .
O arcebispo de Braga denunciou em concreto os ataques de que a instituição familiar tem vindo a ser alvo como o apoio ao aborto num contexto de quebra da natalidade, o reconhecimento das uniões de facto e a facilidade do divorcio.
Um discurso onde D. Jorge Ortiga não deixou de sublinhar ainda o atraso na regulamentação da concordata….
A situação económica também ganhou destaque no discurso de abertura da Assembleia plenária. “Numa sociedade dita avançada é confrangedor deparar com as dificuldades vividas no interior de muitos lares. Começam a faltar bens essenciais, a vergonha torna a pobreza mais angustiante”. Pede o Presidente da CEP que as comunidades eclesiais “aumentem uma pastoral de maior sensibilidade e compromisso sócio-caritativo”.
A crise financeira deve ser encarada como um desafio a “encontrar soluções nas causas e não apenas nas consequências”, importando, por isso, procurar soluções nos “valores e estilos de vida que é urgente cultivar, promovendo uma cultura de sobriedade, partilha e solidariedade”.
D. Jorge Ortiga retomou o discurso de Bento XVI aos bispos portugueses na visita Ad limina, em Novembro de 2007. Recordando também o quinquénio do II Concilio do Vaticano, aponta o Presidente da CEP que “não basta usar um discurso de teor conciliar. Muita coisa continua a ser programa inacabado”.
A Igreja tem “propostas de boa vontade mas, numa grande parte, pouco motivadoras”. Focando pontos como a iniciação cristã, a formação, e o clero, D. Jorge pediu uma Igreja com “rosto mais sereno, jovem, atraente, dialógico, terno e misericordioso, que parta do interior de quem preside” e um “percurso bem delineado com etapas, tempo, animadores e capacidade de se comunicar”. As dioceses precisam de se centrar “num programa mais similar nas coordenadas essenciais”.
Apontou D. Jorge que a “Igreja em Portugal tem-se distraído com questões de visibilidade exterior, ficando secundarizada a construção de comunidades de fé e a formação de agentes de pastoral”. Pede o Presidente da CEP que se deve “despender bens económicos em benefício de testemunhas com perfil académico, para podermos aparecer como proclamadores da Palavra nos areópagos modernos” de forma a avançar “na organização do território para que o nosso anúncio tenha mais em conta as reais situações das populações”.
No campo da formação, relembrou D. Jorge o apelo de Bento XVI, quando disse “os não praticantes impõem uma reflexão e talvez uma viragem no percurso actual da iniciação cristã”. Afirma o Presidente da CEP, “o que está a acontecer não é só fruto do tempo, é também a tradução da pouca incidência da transmissão catequética”. Impõe-se uma “viragem fundamentalmente baseada no ensino dos apóstolos, na Bíblia”, e na contínua criatividade para “ensinar no século XXI”, reciclando aprendizagens, “utilizando as ferramentas desta era virtual, sem nunca esquecer que o testemunho é sempre fundamental”.
Os Bispos presentes na Assembleia Plenária vão discutir ainda sobre os trabalhos desenvolvidos pelas Comissões Episcopais, a Renovação dos serviços centrais da CEP, a celebração do Ano Paulino em Fátima (25 de Janeiro de 2009) e analisar e votar o orçamento do Secretariado Geral da CEP para 2009.
De Fátima, correspondente da Rádio Vaticano em Portugal Domingos Pinto RealAudioMP3







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