90.º aniversário do armistício da Guerra de 1914-1918 na qual participaram 19 nações.
Fez cerca de dez milhões de mortos e vinte milhões de feridos, vítimas das primeiras
armas de destruição maciça
(11/11/2008) O presidente francês, Nicolas Sarkozy, presidiu esta terça-feira à cerimónia
internacional comemorativa do 90.º aniversário do armistício da Guerra de 1914-1918,
no forte de Douamont, um dos cenários da sangrenta batalha de Verdun em 1916. O
presidente francês estava acompanhado pelo príncipe Carlos, herdeiro da coroa de Inglaterra,
e pelo grão-duque Henri de Luxemburgo. O novo presidente do Bundesrat (câmara alta
do parlamento alemão), Peter Müller representou a Alemanha. Igualmente presentes
a governadora geral da Austrália, Quenrin Bryce, o presidente da Comissão Europeia,
José Manuel Durão Barroso e o presidente do Parlamento europeu, Hans-Gert Poettering. Nicolas
Sarkozy, que preside à União Europeia até o final do ano, falou no ossário de Douamont,
construído nos anos 20 para acolher os restos das 300 mil vítimas de Verdun. Em 300
dias e 300 noites de combate de Fevereiro a Dezembro de 1916, 26 milhões de obuses
foram disparados pelas artilharias rivais. Primeiro grande conflito do século XX,
a Grande Guerra, na qual participaram 19 nações, entre elas Portugal, fez cerca de
dez milhões de mortos e vinte milhões de feridos, vítimas das primeiras armas de destruição
maciça. O conflito, consequência última das rivalidades territoriais e coloniais que
dividiam a Europa há meio século, iniciou-se com a declaração de guerra da Áustria-Hungria
à Sérvia, a 28 de Julho de 1914, exactamente um mês após o assassínio do herdeiro
do Império Austro-Húngaro, o arquiduque Francisco I, em Sarajevo. Os impérios da
Europa Central (Alemanha, Império Austro-húngaro, Império Otomano) e a Bulgária vêem-se
confrontados pelo jogo das alianças à "Triple Entente" (Rússia, França e Grã-Bretanha)
e a Itália a partir de Maio de 1915. A entrada na guerra do Japão e sobretudo dos
EUA em 1917 fazem do conflito o primeiro de cariz mundial. No final do conflito,
contam-se na França 1 milhão e 394 mil mortos, na Alemanha 1 milhão e 900 mil, na
Áustria/Hungria um milhão, e em Portugal cerca de 10 mil. A Rússia, que sai da guerra
antes do fim, após o armistício entre a Alemanha e os Sovietes, perde 1 milhão e 700
mil homens. A Grã-Bretanha conta 760 mil mortos no final do conflito e os EUA, entrados
em guerra em Abril de 1917, 115 mil.