BENTO XVI: PAPA PIO XII FOI UM DOM EXCEPCIONAL DO SENHOR À SUA IGREJA
Cidade do Vaticano, 08 nov (RV) - O papa recebeu neste sábado, na Sala Clementina,
250 participantes do Congresso sobre a "Herança do Magistério de Pio XII e o Concílio
Vaticano II", promovido pela Pontifícia Universidade Lateranense e pela Pontifícia
Universidade Gregoriana.
Nos últimos anos, disse o papa, quando se falou de
Pio XII a atenção se concentrou de modo excessivo em uma única problemática, que além
do mais foi tratada de maneira unilateral. Isso impediu uma análise adequada de uma
figura de grande envergadura histórica e teológica, como foi o Papa Pio XII. De fato,
o seu magistério se qualifica pela sua vasta e benéfica amplitude, também por sua
excepcional qualidade. Exemplos disso são as encíclicas que escreveu, mais de 40,
assim como os inúmeros discursos e radiomensagens.
Os meios de comunicação
social receberam uma atenção especial por parte de Pio XII, pois começavam a influenciar
a opinião pública de modo sempre mais incisivo, e destacou o dever dos jornalistas
de fornecer informações verdadeiras e respeitosas das normas morais. A mesma atenção
dispensou às ciências e aos seus extraordinários progressos. O papa citou como exemplo
o discurso que Pio XII pronunciou quando foi anunciada a divisão dos átomos.
"Com
extraordinária visão, Pio XII advertiu acerca da necessidade de impedir a todo custo
que esses geniais progressos científicos fossem utilizados para a construção de armas
mortais, que poderiam provocar catástrofes imanes e até mesmo a total destruição da
humanidade."
Não se pode deixar de mencionar ainda o ensinamento mariológico
de Pio XII, que teve seu ápice na proclamação do dogma da Assunção de Maria Santíssima.
Pio
XII, destacou Bento XVI, era contrário às improvisações: escrevia com o máximo cuidado
os seus discursos, avaliando cada frase e cada palavra antes de pronunciá-la em público.
Todos reconhecem que Pio XII tinha uma inteligência fora do comum, uma memória extraordinária,
uma familiaridade singular com as línguas estrangeiras e uma notável sensibilidade.
"Tudo isso é verdade, mas não explica tudo", disse o papa. No caso de Pio
XII, tudo nascia do amor pelo Senhor Jesus Cristo e do amor pela Igreja e pela humanidade.
Antes de tudo, ele era um sacerdote em constante e íntima união com Deus.
"Não
deve impressionar, portanto, que o seu ensinamento continue hoje a irradiar luz na
Igreja", comentou ainda Bento XVI. Passaram-se 50 anos da sua morte, mas o seu e fecundo
magistério permanece também hoje um valor inestimável para os cristãos. Com exceção
da Sagrada Escritura, este é o Papa mais citado nos documentos conciliares. Bento
XVI concluiu: "Na pessoa do Sumo Pontífice Pio XII, o Senhor fez à sua Igreja um dom
excepcional, pelo qual todos nós devemos agradecer-Lhe". (BF)