Serve respeito pelas minorias religiosas, salienta a declaração final do forum católico
- muçulmano.
(7/11/2008) Expoentes muçulmanos e católicos reunidos no Vaticano de 4 a 6 deste
mês no fórum católico –muçulmano afirmaram a necessidade que as minorias religiosas
sejam protegidas no mundo inteiro e que o sistema financeiro internacional seja dotado
de meios que tenham em conta as exigências dos pobres . É o que salienta o comunicado
divulgado no final dos trabalhos do forum que teve como tema “o amor de Deus, o amor
do próximo . As duas delegações eram chefiadas pelo responsável do conselho pontifício
para o diálogo inter religioso, o cardeal Jean Louis Tauran e pelo Grande Mufti de
Sarajevo Seyye Hussein Nasr. Nofinal dos trabalhos as duas delegações foram
recebidas no Vaticano pelo Papa Bento XVI. Depois da audiência com o Santo Padre,
ocorreu, na Universidade Pontifícia Gregoriana, em Roma, o último ato do Fórum
com a leitura da declaração final. Nesta declaração, estão enumerados os pontos
de semelhanças e divergências que emergiram durante o encontro. Como reiterado
pelo Papa esta quinta feira, para os cristãos, a fonte e o exemplo do amor a Deus
e ao próximo é o amor de Cristo por seu Pai, pela humanidade e por cada pessoa. Para
os muçulmanos, o amor é o poder transcendente e eterno que guia e transforma as visões
que são comuns à humanidade. Como indicou o Profeta Maomé, o amor a Deus é prioritário
na vida do homem. Entre os pontos convergentes, católicos e muçulmanos afirmam
que a vida humana é o dom mais precioso de Deus para cada pessoa. Este dom deve ser
protegido e honrado em todas as suas fases. A criação da humanidade inclui dois
aspectos: o homem e a mulher, e ambos gozam da mesma dignidade e do mesmo respeito.
As minorias religiosas são dignas de respeito nas suas manifestações práticas e teóricas.
As mesmas têm o direito de usufruir de lugares de culto próprios, e os respectivos
símbolos religiosos, considerados sagrados, não devem ser objecto de vilipendio ou
ridicularizados "Nenhuma religião e seus sequazes podem ser excluídos da sociedade",
declaram ainda católicos e muçulmanos. E jamais culturas, civilizações, idiomas e
populações devem ser causa de tensão ou conflito. Católicos e muçulmanos são chamados
a serem instrumentos de amor e harmonia, renunciando a qualquer opressão, agressão
e terrorismo, especialmente se cometido em nome da religião. Os fiéis de ambas
as religiões devem trabalhar por um sistema financeiro ético, cujos mecanismos reguladores
considerem a situação dos pobres e dos desfavorecidos, tanto como indivíduos quanto
como nações endividadas. Fiéis e pessoas de boa vontade têm de trabalhar para aliviar
quem padece a fome e eliminar as suas causas. Os participantes do Fórum estão a
avaliar a possibilidade de criar uma comissão um católico -muçulmana permanente para
coordenar a resposta a conflitos e outras situações de emergência.
O segundo
seminário será realizado daqui a cerca de dois anos num país de maioria muçulmana,
ainda por definir.