2008-11-07 11:16:55

Serve respeito pelas minorias religiosas, salienta a declaração final do forum católico - muçulmano.


(7/11/2008) Expoentes muçulmanos e católicos reunidos no Vaticano de 4 a 6 deste mês no fórum católico –muçulmano afirmaram a necessidade que as minorias religiosas sejam protegidas no mundo inteiro e que o sistema financeiro internacional seja dotado de meios que tenham em conta as exigências dos pobres . É o que salienta o comunicado divulgado no final dos trabalhos do forum que teve como tema “o amor de Deus, o amor do próximo .
As duas delegações eram chefiadas pelo responsável do conselho pontifício para o diálogo inter religioso, o cardeal Jean Louis Tauran e pelo Grande Mufti de Sarajevo Seyye Hussein Nasr. No final dos trabalhos as duas delegações foram recebidas no Vaticano pelo Papa Bento XVI.
Depois da audiência com o Santo Padre, ocorreu, na Universidade Pontifícia Gregoriana, em Roma, o último ato do Fórum com a leitura da declaração final.
Nesta declaração, estão enumerados os pontos de semelhanças e divergências que emergiram durante o encontro.
Como reiterado pelo Papa esta quinta feira, para os cristãos, a fonte e o exemplo do amor a Deus e ao próximo é o amor de Cristo por seu Pai, pela humanidade e por cada pessoa. Para os muçulmanos, o amor é o poder transcendente e eterno que guia e transforma as visões que são comuns à humanidade. Como indicou o Profeta Maomé, o amor a Deus é prioritário na vida do homem.
Entre os pontos convergentes, católicos e muçulmanos afirmam que a vida humana é o dom mais precioso de Deus para cada pessoa. Este dom deve ser protegido e honrado em todas as suas fases.
A criação da humanidade inclui dois aspectos: o homem e a mulher, e ambos gozam da mesma dignidade e do mesmo respeito. As minorias religiosas são dignas de respeito nas suas manifestações práticas e teóricas. As mesmas têm o direito de usufruir de lugares de culto próprios, e os respectivos símbolos religiosos, considerados sagrados, não devem ser objecto de vilipendio ou ridicularizados
"Nenhuma religião e seus sequazes podem ser excluídos da sociedade", declaram ainda católicos e muçulmanos. E jamais culturas, civilizações, idiomas e populações devem ser causa de tensão ou conflito.
Católicos e muçulmanos são chamados a serem instrumentos de amor e harmonia, renunciando a qualquer opressão, agressão e terrorismo, especialmente se cometido em nome da religião.
Os fiéis de ambas as religiões devem trabalhar por um sistema financeiro ético, cujos mecanismos reguladores considerem a situação dos pobres e dos desfavorecidos, tanto como indivíduos quanto como nações endividadas. Fiéis e pessoas de boa vontade têm de trabalhar para aliviar quem padece a fome e eliminar as suas causas.
Os participantes do Fórum estão a avaliar a possibilidade de criar uma comissão um católico -muçulmana permanente para coordenar a resposta a conflitos e outras situações de emergência.

O segundo seminário será realizado daqui a cerca de dois anos num país de maioria muçulmana, ainda por definir.
 







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