Consagrar o descanso ao Domingo, pedem os Bispos da União Europeia
(7/11/2008) O Secretariado da COMECE - Comissão dos Episcopados da União Europeia,
lamenta que o Presidente do Comité para o emprego e assuntos sociais do Parlamento
Europeu, invocando regras de procedimento, se recuse a levar a votação, emendas sugeridas
por diferentes parlamentares que queriam incluir a protecção do Domingo na nova Directiva
do tempo do Trabalho. O Secretário geral da COMECE, o Pe. Piotr Mazurkiewicz,
manifesta o seu desapontamento pelo facto de o debate sobre a protecção do Domingo
não ter acontecido, aparentemente, por obstáculos processuais, segundo aponta um comunicado.
O Parlamento Europeu discute a revisão da Directiva do tempo de trabalho de 2003.
A 22 de Outubro de 2008, sete membros do PE sugeriram emendas para o esquema de recomendações
do redactor Alejandro Cercas, segundo as quais, a protecção ao Domingo deveria ser
prevista na Directiva. Para isso, a existência do artigo 5 da Directiva, deveria ser
complementado com um segundo parágrafo, dizendo que o período de repouso do trabalho
semanal deveria incluir o Domingo. Os membros do PE adiaram novas sugestões para
sublinhar a importância do Domingo livre para a protecção da saúde dos trabalhadores.
“A probabilidade de doença nas companhias que exigem o trabalho ao Domingo é maior
do que nas companhias que não pedem que os seus trabalhadores trabalhem ao Domingo.
A saúde dos trabalhadores requer, entre outros factores, a possibilidade de conciliar
o trabalho e a vida familiar, de forma a estabilizar e sustentar os seus laços sociais
e satisfazer as suas necessidades espirituais. O Domingo, encarado como o dia do descanso
semanal, contribui para concretizar estes objectivos, mais do que o descanso em qualquer
outro dia da semana”. Na sua justificação, os parlamentares apontam que o “absentismo
e as faltas por doença aumentam significativamente ao Domingo”. Este impacto negativo
na saúde dos trabalhadores “deve-se sobretudo às consequências sociais, em especial
na vida familiar”. O Domingo “é o dia natural para as actividades familiares, até
porque as escolas estão fechadas”. A COMECE indica que se o Parlamento deseja
ser sério no objectivo de conciliar o trabalho e a vida familiar, um objectivo explicitamente
mencionado na directiva, faria sentido completar o esboço actual e adicionar o Domingo
como um dia semanal de descanso. O Secretariado da COMECE encoraja os parlamentares
a fazer uso da flexibilidade dentro do procedimento de regras do Parlamento, para
promover um debate e votar a protecção do Domingo, numa sessão plenária a ter lugar
a 16 de Dezembro. “A protecção do Domingo é a pedra angular do modelo social europeu
e uma questão de central importância para os trabalhadores e suas famílias”, sublinham
os Bispos da UE.