SANTA MISSA NA FRONTEIRA ENTRE MÉXICO E EUA PELOS CLANDESTINOS MORTOS NA TRAVESSIA
DO CONFIM
Ciudad Juárez, 06 nov (RV) - Os bispos das dioceses de fronteira entre México
e Estados Unidos celebraram a santa missa, no último Dia de Finados, em Ciudad Juárez,
em sufrágio da alma dos 337 clandestinos que morreram na região, na tentativa de chegar
aos Estados Unidos. A maioria desses imigrantes perdeu a vida no deserto, vítimas
da sede, do frio ou de violências.
A missa é celebrada há 13 anos, por ocasião
do Dia de Finados. Participaram da liturgia, celebrada em duas línguas, cinco bispos
e mais de 40 sacerdotes, segundo informações do bispo de Ciudad Juárez, Dom Renato
Ascencio León.
Algumas mesas colocadas dos dois lados da fronteira criavam,
em seu conjunto, um único altar. Do lado estadunidense participaram da santa missa
centenas de católicos que penduraram uma cruz na rede metálica do confim. O mesmo
aconteceu do lado mexicano.
Dom Renato Ascenzio León afirmou que "os mortos
aumentam, por causa da vigilância sofisticada aplicada pelas autoridades estadunidenses
e também em razão dos obstáculos que obrigam os imigrantes a utilizarem outras estradas,
mais longas e perigosas".
O bispo de Ciudad Juárez anunciou ainda, que os bispos
do México e dos Estados Unidos elaboraram uma carta pastoral sobre o tema da imigração
intitulada "Juntos durante o caminho da esperança, não somos mais estrangeiros", na
qual afirmam que "os imigrantes buscam melhores condições de vida, para si mesmos
e suas famílias, por isso tentam entrar em outros países, mesmo correndo o risco de
morrerem".
Durante a celebração eucarística, os bispos e sacerdotes convidaram
os católicos presentes a se empenharem em prol da justiça, da dignidade, dos valores
e, sobretudo, da vida dos homens e mulheres que deixam seus países na esperança de
encontrar uma vida melhor. (AF)