2008-11-06 13:16:14

Demonstrar com palavras e obras que a mensagem das respectivas religiões é mensagem de harmonia e compreensão: o Papa aos participantes no Fórum Católico-Islâmico


(6/11/2008) Recebendo nesta quinta-feira, no Vaticano, os participantes no Fórum Católico-Islâmico promovido pelo Conselho Pontifício para o diálogo inter-religioso, o Papa Bento XVI congratulou-se com esta iniciativa, que deu agora “o primeiro passo” e sublinhou a centralidade do tema escolhido: “Amor de Deus, amor do próximo: a dignidade da pessoa humana e o respeito mútuo”. Não obstante “as diferentes abordagens” de muçulmanos e cristãos no que diz respeito a Deus” (observou o Papa), “o amor de Deus e o amor do próximo constituem o coração tanto do Islão como da Cristandade”, fazem parte do “ensinamento central das nossas respectivas religiões”:

“Podemos e devemos ser adoradores do mesmo Deus que nos criou e se preocupa por cada pessoa em cada canto do mundo. Conjuntamente devemos mostrar, pelo nosso respeito e solidariedade recíprocos, que nos consideramos membros de uma só família: a família que Deus amou e congregou desde a criação do mundo até ao termo da história humana”.

Bento XVI congratulou-se com o facto de ter sido possível adoptar neste encontro “uma posição comum sobre a necessidade de prestar culto a Deus totalmente e de amar de modo desinteressado o nosso próximo, especialmente os que se encontram em necessidade”;

“Deus chama-nos a actuar todos conjuntamente a favor das vítimas da doença, da fome, da pobreza, da injustiça e da violência. Para os cristãos, o amor de Deus é inseparavelmente ligado ao amor dos nossos irmãos e irmãs, de todos os homens e mulheres, sem distinção de raça e de cultura.”

“Como escreve São João: “Quem diz amar a Deus, mas odeia o irmão, é mentiroso” – recordou o Papa, observando que a tradição islâmica tem um ensinamento semelhante, expresso na chamada “Regra de ouro”: “a tua fé não será perfeita enquanto não fizeres aos outros aquilo que queres que os outros te façam”.

“Deveríamos portanto colaborar na promoção de um respeito genuíno pela dignidade da pessoa humana e os seus direitos fundamentais, mesmo se as nossas visões antropológicas e as nossas teologias o justificam de modo diferente. Existe um vasto campo em que podemos colaborar na defesa e promoção de valores morais que são parte do nosso património comum”.

Neste contexto, o Papa referiu expressamente “o reconhecimento da centralidade da pessoa e da dignidade de cada ser humano”, assim como “o respeito e defesa da vida, que é um dom de Deus, e portanto sagrada, tanto para os cristãos como para os muçulmanos”.
Exprimindo a esperança de que “estes direitos humanos fundamentais sejam protegidos a favor de todos os homens, em toda a parte”, Bento XVI sublinhou que os líderes políticos e religiosos têm “o dever de garantir o livre exercício destes direitos, no total respeito da liberdade de consciência e de religião para cada indivíduo”. “A discriminação e a violência que ainda hoje experimentam através do mundo as pessoas religiosas, e as perseguições violentas de que são muitas vezes objecto, são actos inaceitáveis e injustificáveis, mais deploráveis ainda quando são levados a cabo em nome de Deus”.

“O nome de Deus não pode ser senão um nome de paz e de fraternidade, de justiça e de amor. Somos desafiados a demonstrar, com as palavras mas sobretudo com os factos, que a mensagem da nossa religião é inabalavelmente uma mensagem de harmonia e de compreensão recíproca”.










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