D. MARCHETTO: IMIGRANTES CLANDESTINOS TAMBÉM TÊM DIREITOS
Bangcoc, 06 nov (RV) - Inicia-se hoje, em Bangcoc, na Tailândia, o encontro
"Por uma melhor atenção pastoral dos migrantes e refugiados na Ásia, no limiar do
Terceiro Milênio". O evento é promovido pelo Pontifício Conselho da Pastoral para
os Migrantes e os Itinerantes, em colaboração com a Comissão de Mobilidade Humana
da Conferência Episcopal da Tailândia.
Participam do Congresso representantes
de quinze países, entre bispos e agentes pastorais. Entre eles, se encontra o secretário
do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Agostino
Marchetto.
Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Marchetto fala dos aspectos
problemáticos desta pastoral para a Federação das Conferências Episcopais Asiáticas:
D. Marchetto:- "Antes de mais nada, é preciso salvaguardar a dignidade
humana de migrantes, refugiados e deslocados internos e fazer com que seus direitos
humanos e profissionais sejam respeitados. Isso inclui a previdência social e a assistência
médica para os trabalhadores migrantes. Há ainda a questão da "migração feminina".
As mulheres estão se tornando sempre mais migrantes independentes e a principal fonte
de sustento de suas famílias. Em alguns países asiáticos, existem mais mulheres que
homens migrantes. Isso muitas vezes significa que devem partir sem os seus filhos."
Para Dom Marchetto, as mulheres migrantes são mais vulneráveis do que os homens
nos países de acolhimento, sobretudo nos países em que os direitos das mulheres não
são culturalmente reconhecidos. A migração, seja de homens, seja de mulheres, pode
gerar famílias frágeis, infidelidade conjugal e dissoluções de matrimônios.
O
arcebispo conclui: "Esperamos que este encontro de Bangcoc ajude a entender que migrantes,
refugiados e deslocados não devem ser considerados como entidades separadas de suas
famílias". (BF)