2008-11-06 13:16:24

As religiões, que podem e devem ser factores de paz, muitas vezes usadas para a violência , salientou o Papa recebendo a nova Embaixadora da República Árabe do Egipto


(6/11/2008) Recebendo a nova Embaixadora da República Árabe do Egipto, Senhora Aly Hamada Mekhemar, Bento XVI congratulou-se com os “inumeráveis esforços” desenvolvidos por este país “a favor da paz, da harmonia e de soluções justas que respeitem os Estados e as pessoas”.
O Papa começou por recordar que “o Egipto é uma terra de antiga civilização conhecida no mundo inteiro pelos seus monumentos, a sua arte e o seu saber ancestral”. Uma terra onde “se encontraram e misturaram diferentes povos, culturas e religiões”, construindo assim, ao longo de milénios, um “povo famoso pela sua sabedoria e ponderação”.

Bento XVI deu graças a Deus pelas “boas relações existentes entre o Egipto e a Santa Sé”, cujas relações diplomáticas datam de há 60 anos. “Já então o Egipto se encontrava à vanguarda na busca de pontes entre os povos e as religiões”. Perante “os inumeráveis e graves problemas internacionais que afectam, ainda hoje, tantas vezes de modo violento, os confins da África e da Ásia, sobretudo no Médio Oriente”, o Papa fez questão de sublinhar a convergência entre o Egipto e a Santa Sé, nos “esforços a favor da paz e de soluções justas”.
Bento XVI fez votos de que surja e se desenvolva por toda a parte aquele “clima de diálogo e aproximação que poderia gerar uma cultura de paz, que leve a eliminar, ou pelo menos a atenuar, os egoísmos nacionais, moderando os interesses privados ou públicos”.

“As religiões – declarou o Papa – podem e devem ser factores de paz. Infelizmente, elas podem ser mal compreendidas e utilizadas para provocar violência ou morte. O respeito da sensibilidade e da história de cada país ou de cada uma das comunidades humanas e religiosas, repetidas consultações e encontros multilaterais, e sobretudo uma autêntica vontade de busca da paz – considerou Bento XVI – hão-de favorecer a reconciliação dos povos e a coabitação pacífica entre todos”.

Referindo que “o Egipto sempre foi conhecido como uma terra de hospitalidade para numerosos refugiados, muçulmanos e cristãos, que ali procuraram segurança e paz”, o Papa fez votos de que “esta nobre tradição prossiga para bem de todos”, pois “o hóspede acolhido é um depósito sagrado confiado por Deus, que de tal se recordará no momento justo”.

Bento XVI evocou também os encontros anuais que, há dezenas de anos se vêm realizando entre o Comité permanente para o dialogo entre as religiões monoteístas da Universidade Al-Azhar e o Conselho Pontifício para o Diálogo inter-religioso. Para o Papa, este diálogo, que visa “abrir a via para uma compreensão e respeito recíproco entre o Islão e o Cristianismo”, “constitui uma oportunidade para o mundo, uma possibilidade oferecida por Deus, que há que não desperdiçar, vivendo-a antes do melhor modo possível”. É “importante promover antes de mais um bom conhecimento recíproco que não se pode limitar ao círculo restrito da instância de diálogo, mas que deve irradiar pouco a pouco para as margens, para os indivíduos, que dia após dia, nas cidades e aldeias, possam desenvolver uma mentalidade de respeito recíproco que se possa transformar mesmo em estima mútua”.

Quase a concluir o seu discurso à nova Embaixadora do Egipto junto da Santa Sé, Bento XVI pediu-lhe que transmitisse as suas saudações à comunidade católica do país, que – disse – “embora reduzida, em número, manifesta contudo a grande diversidade que existe no seio da Igreja e a possibilidade de uma harmonioso coexistência entre as grandes tradições cristãs orientais e ocidentais”. Finalmente, o Papa fez votos de que, nas novas localidades turísticas que se têm vindo a desenvolver nos últimos anos, se possa proporcionar aos inúmeros turistas católicos lugares de culto apropriados onde estes possam rezar dignamente a Deus.








All the contents on this site are copyrighted ©.