A vida eterna tem início na medida em que nos abrimos ao mistério de Deus e o acolhemos
no meio de nós”, salientou o Papa na Missa celebrada na basílica de São Pedro, em
sufrágio pelos cardeais e bispos falecidos nos últimos doze meses.
“Deus é a verdadeira sabedoria, que não envelhece, é a autêntica riqueza que não se
deteriora, é a felicidade a que aspira profundamente o coração de cada homem”; “a
verdadeira vida, a vida eterna, começa já neste mundo”: recordou-o Bento XVI, na Missa
celebrada nesta segunda de manhã, na basílica de São Pedro, em sufrágio pelos cardeais
e bispos falecidos nos últimos doze meses.
Comentando as leituras proclamadas,
o Papa sublinhou “o contraste entre aquilo que aparece ao olhar superficial dos homens
e aquilo que vêem pelo contrário os olhos de Deus”. “O mundo considera que tem sorte
quem vive muitos anos; Deus, mais do que a idade, considera a rectidão do coração.
O mundo dá crédito aos sapientes e aos doutos, ao passo que Deus tem uma predilecção
especial pelos pequenos”. Daqui, uma conclusão:
“Existem duas dimensões da
realidade: uma mais profunda, verdadeira e eterna; a outra marcada pela finitude,
pela provisoriedade, e pela aparência.”
Ora – fez notar Bento XVI - “estas
duas dimensões não se situam numa simples sucessão temporal, como se a verdadeira
vida começasse só depois da morte.
“Na realidade, a verdadeira vida, a vida
eterna começa já neste mundo, embora na precariedade dos acontecimentos da história.
A vida eterna tem início na medida em que nos abrimos ao mistério de Deus e o acolhemos
no meio de nós”.
Foi neste contexto que o Papa observou que “é Deus a verdadeira
sabedoria que não envelhece… a felicidade a que aspira profundamente o coração de
cada um de nós”. A própria morte é portadora de uma salutar advertência, porque nos
obriga a olhar de frente a realidade, reconhecendo a caducidade do que aparece grande
e forte aos olhos do mundo…
“Tudo acaba, todos neste mundo nos encontramos
de passagem. Só Deus tem a vida em si: é a Vida. A nossa é uma vida participada, doada.
Por isso o homem só pode chegar à vida eterna graças à relação particular que o Criador
lhe deu, consigo”.
Na tarde deste dia 2 de Novembro , que a Igreja consagra
á memoria dos fiéis defuntos Bento XVI descera às grutas da Basílica de São Pedro
para um momento privado de oração "em sufrágio pelos Sumos Pontífices ali sepultados
e por todos os defuntos".