2008-10-30 18:42:17

A DOCILIDADE DE JOÃO XXIII AO ESPÍRITO SANTO FOI TERRENO FÉRTIL PARA A SEMENTE DA PAZ


Cidade do Vaticano, 29 out (RV) – O cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, oficiou a santa missa, na tarde desta terça-feira, para celebrar os 50 anos da eleição do bem-aventurado João XXIII à cátedra de Pedro. Na Basílica Vaticana estavam presentes cerca de três mil fiéis da província de Bergamo, região da Lombardia, de onde era originário o Papa Angelo Roncalli.

Ao término da celebração eucarística, Bento XVI, que antes estivera na cripta vaticana, rezando diante do túmulo de João XXIII, subiu até a basílica, onde saudou o fiéis e concedeu sua bênção apostólica.

Cinqüenta anos atrás, com a eleição de Angelo Giuseppe Roncalli à cátedra de Pedro, "a graça de Deus estava preparando um período de empenhos e promessas para a Igreja e para a sociedade" _ disse Bento XVI em sua saudação, recordando o início do pontificado do "Papa Bondoso" _ como era chamado pelos fiéis _ cuja "docilidade ao Espírito Santo" representou "o terreno fértil para fazer germinar a concórdia, a esperança, a humildade e a paz, em prol do bem de toda a humanidade".

O pontífice recordou o "dom verdadeiramente especial, oferecido à Igreja por João XXIII _ o Concílio Ecumênico Vaticano II, por ele convocado, preparado e iniciado". "Estamos todos comprometidos _ sublinhou o Santo Padre _ a acolher aquele dom, continuando a meditar seus ensinamentos e a traduzir em nossas vidas suas orientações práticas."

O então Pe. Joseph Ratzinger participou do Concílio Ecumênico Vaticano II na qualidade de especialista, como teólogo do grupo que preparava os documentos conciliares.

"Papa João indicou a fé em Cristo e a pertença à Igreja, mãe e mestra, como garantia do fecundo testemunho cristão no mundo. Assim _ acrescentou Bento XVI _ nas fortes contraposições de seu tempo, foi um homem e um pastor da paz, que soube descortinar, no Oriente e no Ocidente, inesperados horizontes de fraternidade entre os cristãos e de diálogo com todos."

Bento XVI fez um particular aceno à importância da família no magistério de João XXIII, "berço da educação à fé e célula insubstituível da vida social", narrando que, numa carta a familiares, João XXIII recordava que "a educação que deixa marcas mais profundas é a recebida em casa", e confessando que esquecera "muito do que aprendera nos livros, mas recordava vivamente tudo o que lhe haviam ensinado seus pais e as pessoas idosas da família".

Referindo-se ao discurso Gaudet Mater Ecclesia, feito na inauguração dos trabalhos do Concílio Ecumênico Vaticano II, em 11 de outubro de 1962, o papa citou o trecho em que João XXIII compara a Igreja à família, sublinhando que, "por meio dos seus filhos, ela estende a toda parte a plenitude da caridade cristã, que é o melhor auxílio para eliminar as sementes da discórdia; e nada é mais eficaz para fomentar a concórdia, a paz justa e a união fraterna". (AF)







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