Kinshasa, 29 out (RV) - O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados,
ACNUR, anunciou ontem que está preparando um plano de contingência para receber cerca
de 30 mil deslocados internos na República Democrática do Congo.
Segundo a
agência, as pessoas foram forçadas a abandonar campos e vilarejos no norte da cidade
de Goma, devido a confrontos entre tropas do exército congolês e rebeldes do Exército
de Libertação do Senhor.
A situação na cidade de Goma é considerada tensa após
manifestações de residentes na segunda-feira que, segundo o ACNUR, deixaram cinco
mortos.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse estar extremamente preocupado
com a deterioração da situação de segurança na província de Kivu do Norte. De acordo
com o ACNUR, o número de deslocados internos na região já atinge cerca de um milhão.
Também
a Caritas Congo advertiu para o drama dos milhares de refugiados.
"A situação
está se deteriorando desde o final de semana e segunda-feira foi um dia marcado pela
violência", confirmou a responsável pelos projetos de emergência da Caritas francesa,
Camille Fauvet.
Ela afirma que os campos para refugiados estão lotados e muitas
pessoas buscaram abrigo em escolas, igrejas ou em estruturas governamentais.
A
Caritas reiterou o apelo para arrecadar um milhão e meio de dólares para assistir
90 mil pessoas no leste do Congo.
"O mundo precisa se mobilizar para deter
essa tragédia e punir os responsáveis", disse Pierre Cibambo, da Caritas Internacional.
Para ele, a única solução para os refugiados é aumentar a segurança para que possam
voltar para suas casas. (BF)