Bagdá, 29 out (RV) - Uma esmola. Assim o bispo auxiliar de Bagdá, Dom Shlemon
Warduni, definiu a proposta do enviado especial da ONU ao Iraque, Staffan de Mistura.
Na segunda-feira, ele sugeriu ao Parlamento iraquiano que reservasse sete cadeiras
aos cristãos e cinco a outras minorias nas eleições provinciais que serão realizadas
no início do próximo ano.
As sete cadeiras aos cristãos seriam assim distribuídas:
três para Bagdá, três para a província setentrional de Nínive e uma para a província
meridional de Basra.
Todavia, Dom Warduni faz notar que faltam as províncias
de Dohuk, Erbil e Kirkuk e que, antigamente, os cristãos tinham direito a 12 cadeiras,
e não a apenas 7.
"Por que De Mistura, ao invés de defender os nossos direitos,
os elimina?", pergunta-se o prelado, que acrescenta: "Talvez a ONU, a comunidade internacional
e a Europa se sintam Deus. Por que nos dar uma esmola quando se trata dos nossos direitos?
Queremos a lei como era antes, queremos ser respeitados como cidadãos iraquianos".
Dom Warduni pede ao governo que restabeleça o art. 50 e concluiu: "Existe direito
no mundo ou não há mais justiça?". (BF)